Escolaridade está associada a aparecimento do Alzheimer, diz estudo
Os sintomas do mal de Alzheimer demoram a aparecer em pessoas que tiveram maior escolaridade, na comparação com aquelas que passaram menos anos na escola. Mas, quando aparecem, os sinais são mais acelerados nas pessoas de maior instrução, segundo um estudo do Colégio de Medicina Albert Einstein (Estados Unidos).
O mal de Alzheimer é uma doença neurológica que afeta geralmente as pessoas de mais de 65 anos. Os pacientes começam progressivamente a perder a memória, sofrem de demência e finalmente morrem.
"As pessoas com maior educação experimentam um atraso na perda de memória característica da demência, especialmente nos casos do mal de Alzheimer", disse Charles Hall, um especialista em bioestatística que dirigiu o estudo, publicado nesta terça-feira (23) na revista "Neurology",
No entanto, quando começa, o problema avança rapidamente e chega a um ponto em que se iguala à situação de pessoas com menos escolaridade, acrescentou.
Segundo o estudo, alguém com 16 anos de escola poderia experimentar uma queda da memória 50% mais rapidamente que alguém que teve quatro anos de educação.
Metodologia
A conclusão foi extraída de um estudo com 488 pessoas de idade avançada, das quais 117 desenvolveram a demência típica do mal de Alzheimer. Todos os participantes nasceram entre 1894 e 1908 e estavam física e mentalmente sadios quando começou a pesquisa, em 1980.
Hall explicou que os pesquisadores observaram a saúde mental e física dessas pessoas durante uma média de seis anos, utilizando uma série de testes de capacidade intelectual e de conhecimentos.
Os níveis de educação entre os participantes variavam de menos de três anos de educação elementar a estudos universitários.
Resultados
O estudo determinou que para cada ano de educação formal os sintomas do Alzheimer se atrasavam em média 2,5 meses. No entanto, após os primeiros sintomas, os pacientes com maior escolaridade registravam uma deterioração intelectual 4% mais rápida por cada ano adicional de educação.
"Eu não diria que é ruim ter uma maior instrução. Sem dúvida não é uma causa de uma aceleração do processo. É uma oportunidade de ganhar um ou dois anos sem sintomas da doença", comentou Hall.
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