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Nacional
Terça - 23 de Outubro de 2007 às 19:00

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Distrito Federal registrou em 2007 o maior número de focos de incêndio dos últimos dez anos. Do dia 1º de janeiro até 22 de outubro foram 5.861 ocorrências, mais que o dobro do contabilizado em 2006 – 2.889. No levantamento realizado pelo Corpo de Bombeiros, são considerados tanto os incêndios em vegetação próxima às pistas quanto os de grandes proporções. Diante da gravidade do problema, os trabalhos de combate e prevenção foram adiantados e a equipe teve de ser reforçada.

Em agosto de 2004, o Corpo de Bombeiros criou o Batalhão de Combate a Incêndio Florestal. A equipe foi preparada nos Estados Unidos especificamente para situações de emergência. Desde a criação, o grupo começa a ser solicitado a partir de junho, mas em 2007 o trabalho já se intensificou em maio. “Os meteorologistas avisaram que seria um ano mais quente e reforçamos a equipe”, conta o chefe de Comunicação dos Bombeiros, major Rogério Santos Soares. Ele acrescenta que, neste ano, houve registro de 55 focos em apenas um dia.

Clima seco

O major explica que a umidade muito baixa e a temperatura alta, aliadas à ação humana, foram os fatores que contribuíram para aumentar o número de ocorrências. Ao todo, três pessoas foram presas. A grande maioria dos incêndios foi provocada por pontas de cigarro atiradas na beira da pista, seguido de limpezas em terrenos nos quais, ao invés de capinar, o proprietário coloca fogo.

As outras ocorrências tinham motivos diversos, como restos de fogueiras e fogos de artifício. “Chegamos a encontrar um foco de incêndio em Planaltina iniciado por questões religiosas, pois havia velas acesas em um local reservado no meio do mato”, completa Rogério. “As pessoas pensam que nada disso irá afetá-las, mas elas não sabem que uma das conseqüências é um rato silvestre que foi desabrigado por causa de um incêndio aparecer na área urbana e transmitir hantavirose à população”, alerta.

Dentre todos os casos, o incêndio no Parque Nacional de Brasília, em agosto, foi considerado o pior. As chamas queimaram 11 mil hectares, correspondentes a 1/3 da área total do parque. A linha de fogo chegou a atingir 10 quilômetros. O governador José Roberto Arruda decretou estado de calamidade pública e designou cerca de dois mil homens para combater o incêndio. “A operação tirou de seus postos os bombeiros que estavam prontos para o socorro urbano, como os acidentes, o que foi desgastante e modificou o estado normal de ações”, lamenta o major.

Ele ressalta que ainda houve gastos com compra de materiais, alimentação e estrutura de acampamento para os militares. Mas ele destaca que o mais grave foi o impacto ambiental. “Não há como contabilizar a quantidade de animais mortos ou desabrigados, mas o Ibama estima que pode levar de três a cinco anos, no mínimo, para a região voltar a seu estado normal, se voltar”, informa o chefe de Comunicação dos Bombeiros.

Tecnologia contra o fogo

Há alguns anos, o método dos bombeiros de combate a incêndios era abafar as chamas com galhos de árvores. Com o tempo, surgiram novos equipamentos, como os abafadores. Porém, o aumento da quantidade de focos preocupou a corporação do DF, que é mantida pelo governo federal e também atende a estados vizinhos. A alternativa imediata para otimizar as operações contra o fogo é investir em tecnologia.

No próximo dia 26 de outubro, seis militares vão para Dallas, nos Estados Unidos, conhecer o mecanismo de funcionamento de uma hidro-aeronave que pega água em reservas sem precisar aterrissar. No incêndio do Parque Nacional, foi utilizado um helicóptero de Mato Grosso que parava em alguma área aberta de Sobradinho e era abastecido por meio de um caminhão tanque, o que atrasava a ação. “Com a nova tecnologia, a aeronave pode apenas baixar o vôo no Lago Paranoá mesmo e ser abastecida diretamente”, explica o major Rogério. Ele garante que há grandes chances de o governo brasileiro adquirir o equipamento.(CW)





Fonte: CorreioWeb

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