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Economia
Segunda - 22 de Outubro de 2007 às 16:38

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O risco de um novo racionamento de energia no país aumentou de 5 para 9 por cento em 2008 e de 6,5 para 8 por cento em 2009, de acordo com estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Acende Brasil, formado por investidores do setor.

A previsão para 2008 é um déficit de oferta de energia firme de 2.600 megawatts e para 2009 e 1.900 megawatts. Na segunda edição do estudo, em julho, esse défict seria de 2.100 mil MW e 1.300 MW, respectivamente.

A projeção da terceira edição do estudo trimestral feito pelo Instituto leva em consideração um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,8 por cento e uma expansão na demanda de 5,3 por cento.

Segundo o documento, o aumento do risco deve-se a atrasos na execução de obras de algumas usinas, o que reduzirá a oferta estimada para 2008 em 400 megawatts. Outra causa seriam problemas de fornecimento de gás natural pelos países vizinhos, entre eles a Argentina e Bolívia, diminuindo a oferta ao Brasil.

"O balanço ser negativo não significa que vai ter racionamento, mas significa que ficaremos mais dependentes de São Pedro. A mensagem do estudo é que o governo tem que fazer investimentos estruturais para ficar imune aos humores meteorológicos", disse o consultor do Instituto Acende Brasil Mario Veiga.

O Brasil passou por um racionamento de energia entre junho de 2001 a fevereiro de 2002 devido à falta de investimentos no setor nos anos anteriores somada à escassez de chuvas.

"Estamos observando uma deterioração da oferta 2008/2009 causado pelo problema do gás na Argentina, Bolívia e Brasil. Além disso, o Proinfa está bastante atrasado e 30 por cento dos projetos ainda nem começaram, sendo que o limite é dezembro de 2008", complementou Veiga.

O Proinfa é um programa do governo que visa estimular o desenvolvimento de energia limpa no país, mas sucessivos atrasos na implantação dos projetos estão comprometendo a oferta de energia, segundo o estudo.

O governo brasileiro no entanto vem negando qualquer risco de abastecimento de energia, no curto ou no longo prazo, acenando com os sucessivos leilões de energia que vem sendo realizados. Este mês, a quinta edição do leilão contratou 110 por cento da demanda de energia estimada para 2012.

O estudo do Acende Brasil levou em conta a energia firme, ou seja, o que será realmente gerado, e não a capacidade instalada, ressaltou Veiga.

Em um cenário mais pessimista, o estudo considera o atraso da entrada das plantas de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da Petrobras, que visam atender as usinas térmicas do país, em que o risco de racionamento subiria para 9,5 por cento no ano que vem e para 13,5 por cento em 2009.

"Tivemos notícias que a Petrobras já contratou os navios para fazer a regaseificação, porém não há informações se os contratos para compra do GNL teriam sido fechados", disse Veiga.





Fonte: Reuters

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