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Esportes
Domingo - 21 de Outubro de 2007 às 20:28

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- A temporada 2007 de Fórmula 1 ficará registrada como o ano de definição na história do esporte e a emocionante corrida final é apenas parte disso.

Em Lewis Hamilton o esporte encontrou uma nova estrela e sua combinação de talento, boa aparência, vigor e eloqüência elevaram a popularidade da Fórmula 1.

Mas a ascensão do piloto de 22 anos também chamou a atenção para aspectos do esporte que são menos atraentes: a política obscura que é inevitável em um esporte no qual a busca pelo dinheiro é tão importante como a vitória na pista.

Esta política raramente foi tão importante como em 2007, e certamente nunca ficou tão exposta.

Hamilton se viu envolvido nesta história em vários níveis: como a nova estrela cujo impacto vai além de suas vitórias nas pistas.

Mas também ocorreram os problemas de relacionamento com seu companheiro de equipe Fernando Alonso, a relação com sua equipe, a McLaren, as relações da McLaren com Alonso e com os poderosos da Fórmula 1.

A Fórmula 1 foi um ambiente conservador por muito tempo, local da classe média branca de qualquer país. E a raça de Hamilton representa uma mudança e a Fórmula 1 nunca mais será a mesma.

Ele introduziu uma nova população ao esporte. Mas, o impacto de Hamilton no esporte, como o primeiro piloto de origem afro-caribenha, seria mínimo caso ele não tivesse sido tão bem sucedido.

Mas ele é bom. Ele pode ter perdido o título por uma pequena margem para Kimi Raikkonen, mas seu talento é inquestionável.

Foi este talento incrível que permitiu que Hamilton lutasse pelo título em sua primeira temporada no esporte contra dois adversários da maior qualidade.

O espanhol Fernando Alonso, duas vezes campeão mundial, é um dos melhores pilotos de todos os tempos. E o finlandês Kimi Raikkonen é um dos mais rápidos.

A batalha de Hamilton, nas pistas, contra estes dois titãs permitiu que o talento do britânico fosse visto em uma perspectiva real.

Mas o relacionamento dele com Alonso fora da pista também foi importante.

Hamilton começou a temporada como o novato deslumbrado, pronto para aprender com o mestre. Mas logo ficou claro que ele poderia estar à altura do campeão mundial, o que aumentou a tensão entre os dois nas corridas seguintes, com as reclamações de Alonso, de diferença de tratamento.

No Grande Prêmio em Silverstone as tensões aumentaram ainda mais e as acusações de espionagem surgiram pela primeira vez.

A McLaren foi acusada de possuir um dossiê técnico confidencial de 780 páginas que pertencia à Ferrari.

Depois da corrida da Hungria, na qual os desentendimentos na pista com Hamilton levaram a uma punição aplicada em Alonso, o piloto espanhol brigou com o chefe da equipe, Ron Dennis e ameaçou revelar à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) o que ele afirmou ser e-mails comprometedores a respeito do escândalo de espionagem.

A equipe foi chamada novamente a depor no conselho, foi multada em US$ 100 milhões (cerca de R$ 200 milhões) e foi retirada do Mundial de Construtores.

Poucos acreditam que Alonso possa permanecer na McLaren, apesar de ainda ter dois anos de contrato com a equipe.

Ele deve voltar para sua antiga equipe, a Renault, onde pode ser o parceiro de outra estrela ascendente, o finlandês Heikki Kovalainen, cuja temporada teria atraído mais atenção não fosse por Hamilton.

Mas, Kovalainen também pode ir para a McLaren, ao lado de Hamilton.

De qualquer forma, seria o cenário quase perfeito para o diretor comercial da Fórmula 1, Bernie Ecclestone: os três melhores pilotos do mundo competindo nas três melhores equipes.

E isto, sem dúvida, iria atrair ainda mais fãs para acrescentar aos que já foram atraídos por um dos anos mais fascinantes da longa e variada história da Fórmula 1.




Fonte: BBC Brasil

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