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Internacional
Domingo - 21 de Outubro de 2007 às 18:29

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La Paz, 21 out (EFE).- Os governadores regionais opositores de Santa Cruz, Cochabamba, Tarija, Beni e Pando, cinco das nove regiões da Bolívia, fizeram hoje novas críticas ao Governo de Evo Morales em anúncios publicados pela imprensa.

O governador de Santa Cruz, Rubén Costas, afirmou que a intervenção no aeroporto de Viru Viru, entre quinta e sexta-feira, "foi um atropelo" e uma "humilhação" para a região.

O Governo boliviano argumentou que a intervenção ocorreu para pôr ordem no aeroporto, cujos administradores faziam cobranças ilegais às companhias aéreas, embora, depois da retirada dos militares, o mesmo pessoal acusado de corrupção tenha voltado a administrar o terminal.

O ministro da Presidência, Juan Ramón Quintana, anunciou que serão investigadas as denúncias de corrupção, mas o interventor designado para tal não foi reconhecido pelos funcionários do aeroporto.

"As auditorias não são feitas sob a mira de fuzis", afirmou Costas no comunicado, ao assegurar que a verdade "é que o Governo de Evo Morales vem fazendo uma guerra" contra a luta pela autonomia da região.

"Presidente Morales, pedimos que volte ao leito da democracia e do respeito à Constituição que jurou cumprir; não dê ouvidos aos assessores internos e externos que querem empurrá-lo a um confronto com o povo que o elegeu", ressaltou.

Os governadores de Cochabamba, Manfred Reyes Villa; de Tarija, Mario Cossío; de Beni, Ernesto Suárez; e Pando, Leopoldo Fernández, assinaram outro comunicado de "repúdio à agressão e solidariedade com Santa Cruz".

Segundo eles, a intervenção foi uma "atitude antidemocrática e de brutal agressão" assumida pelo Governo.

Em outro aviso, Reyes Villa acusou Morales de querer "eliminar" a democracia e de não ter se pronunciado sobre a advertência do presidente (Hugo) Chávez de ter na Bolívia um "Vietnã das metralhadoras".

"Responda, senhor presidente! Responda a seu comandante Hugo Chávez e diga a ele que na Bolívia ainda resta um pouco dignidade e de respeito a nossa soberania", afirmou.

Em entrevista publicada hoje pelo jornal "El Deber", de Santa Cruz, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, afirmou que na região "a bandeira nobre da autonomia foi usada para encobrir uma corrupção escandalosa".

García Linera evitou comentar a decisão do governador regional de Santa Cruz de não permitir que o presidente venezuelano visite a região.

Em sua opinião, "há uma exacerbação das tensões regionais", e a Bolívia pode entrar em um novo período de "luta de classe" sob a forma de conflitos regionais e étnicos, mas que no fundo "são lutas abertas por poder".




Fonte: EFE

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