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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Domingo - 21 de Outubro de 2007 às 11:18

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O cartaz em letras garrafais colado em um poste, que prometia casa, comida e até R$ 5 mil para trabalho em casa noturna de “bom nível”, foi o primeiro passo para a polícia de São Paulo iniciar há dois anos sua primeira investigação sobre o tráfico interno de seres humanos na capital. Por trás do anúncio, policiais do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) afirmam ter encontrado um esquema de aliciamento, transporte e entrega de mulheres de outros Estados para a casa de “bom nível”, na verdade um bordel localizado na Avenida dos Bandeirantes, na zona sul. Pelo menos 16 mulheres foram vítimas do tráfico de pessoas, diz a polícia.

De 2005 até hoje, o número de vítimas do crime que o cartaz escondia, o tráfico interno de seres humanos para prostituição, aumentou seis vezes, segundo estimativas do DHPP a partir de flagrantes. Atualmente, há casos em apuração com 117 vítimas e 7 indiciados - no ano passado, foram 30 vítimas; em 2005, 16. O departamento passou a ter um setor especializado para cuidar do crime, após sua inclusão no Código Penal, em 2005. Antes, só casos de tráfico internacional para prostituição eram acolhidos pela legislação nacional, e a investigação, direcionada à Polícia Federal. A atenção maior da polícia paulista é provavelmente a principal explicação para o aumento de vítimas. Nas estatísticas do DHPP, não há crianças nem adolescentes.

O departamento também investiga a situação de estrangeiros trazidos ao País de forma ilegal para trabalhar em condições análogas à escravidão, outra forma de tráfico de pessoas. São bolivianos e em menor número paraguaios, todos encontrados seguidamente em oficinas de costura insalubres do centro. Já são 27 vítimas neste ano, segundo o DHPP. Os números do departamento são estimados porque alguns casos ainda não tiveram as investigações concluídas - podem existir mais vítimas. Mas são importantes para acompanhamento já que o Brasil e o mundo carecem de estatísticas de fonte direta sobre o crime. A própria ONU reconhece a imprecisão dos dados.





Fonte: AE

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