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FMI se mostrou despreparado para crise, diz Mantega
de Washington - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o Fundo Monetário Internacional (FMI) se mostrou ''despreparado'' para lidar com a recente crise nos mercados financeiros mundiais.
Em um discurso neste sábado para o Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC), em Washington, Mantega comentou que ''ficou claro que o corpo técnico desta instituição precisa aprimorar seu conhecimento dos mercados financeiros''.
Na crítica visão do ministro, o fundo demonstra dois pesos e duas medidas diante das crises: foi ágil para atuar em situações que afetaram países em desenvolvimento no passado, mas demonstrou inação diante da recente turbulência mundial, provocada em grande parte pela crise no mercado imobiliário americano e os empréstimos hipotecários do tipo subprime (de alto risco).
''Quando estouraram crises na América Latina e na Ásia, o FMI logo apareceu com um pacote padronizado de recomendações nas áreas macroeconômica, financeira e em outros campos. O fundo não teve a inibição de expressar opiniões e ditar política, mas, depois disso, muitas dessas revelações se mostraram duvidosas ou equivocadas, para dizer o mínimo'', afirmou.
''A crise atual teve seu epicentro nos Estados Unidos e afetou principalmente os mercados financeiros americanos e europeus. O fundo se mostrou excessivamente cauteloso nas suas recomendações a esses países.''
O ministro qualificou de ''ironia'' o fato de que ''países que foram referência da boa governança e de normas e condutas para os sistemas financeiros se vêem às voltas com graves problemas de fragilidade financeira, colocando em risco a prosperidade da economia mundial''.
''Em abril, ninguém teria acreditado que poucos meses depois o Reino Unido estaria enfrentando uma corrida bancária do tipo clássico, como a que costumávamos ver no século 19'', afirmou.
Mantega contrastou as mazelas enfrentadas pelas economias dos países desenvolvidos com o atual momento pelo qual passa a economia brasileira, que, segundo ele, vive uma situação ''relativamente sólida''.
''Somos um país em desenvolvimento, com muitos dos problemas típicos dos países em desenvolvimento. Mas a nossa situação macroeconômica evoluiu para melhor. Desde 2002, a inflação está sob controle e as finanças públicas também. A relação entre dívida pública e o PIB sofreu alguma diminuição e houve uma redução notável da vulnerabilidade externa.''
O ministro voltou a fazer críticas aos países desenvolvidos, ao defender a mudança no sistema de cotas do FMI.
O Brasil vem pedindo reformas na eleição dos líderes do FMI e do Banco Mundial e um aumento da participação das nações emergentes no sistema de cotas que determina a estrutura de poder dentro do FMI.
Desde a criação do Banco Mundial e do FMI, em 1944, o comando do banco é exercido por um americano, e o do fundo, por um europeu. Os cinco maiores acionistas do fundo são os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido, que juntos conta com 40% das cotas. O Brasil tem 1,4% das cotas.
''Desde abril, houve progresso conceitual na reforma de cotas, mas não muito mais do que isso. O lento progresso se deve principalmente à resistência a mudança por parte dos países desenvolvidos que estão 'super-representados'.''
Segundo Mantega, a reforma é ''vital para a viabilidade do fundo. Qualquer ajuste modesto colocará em dúvida a relevância e a legitimidade do fundo''.
O ministro afirmou ser preciso ''um substancial deslocamento do poder de voto dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento''.
Em um discurso neste sábado para o Comitê Monetário e Financeiro Internacional (IMFC), em Washington, Mantega comentou que ''ficou claro que o corpo técnico desta instituição precisa aprimorar seu conhecimento dos mercados financeiros''.
Na crítica visão do ministro, o fundo demonstra dois pesos e duas medidas diante das crises: foi ágil para atuar em situações que afetaram países em desenvolvimento no passado, mas demonstrou inação diante da recente turbulência mundial, provocada em grande parte pela crise no mercado imobiliário americano e os empréstimos hipotecários do tipo subprime (de alto risco).
''Quando estouraram crises na América Latina e na Ásia, o FMI logo apareceu com um pacote padronizado de recomendações nas áreas macroeconômica, financeira e em outros campos. O fundo não teve a inibição de expressar opiniões e ditar política, mas, depois disso, muitas dessas revelações se mostraram duvidosas ou equivocadas, para dizer o mínimo'', afirmou.
''A crise atual teve seu epicentro nos Estados Unidos e afetou principalmente os mercados financeiros americanos e europeus. O fundo se mostrou excessivamente cauteloso nas suas recomendações a esses países.''
O ministro qualificou de ''ironia'' o fato de que ''países que foram referência da boa governança e de normas e condutas para os sistemas financeiros se vêem às voltas com graves problemas de fragilidade financeira, colocando em risco a prosperidade da economia mundial''.
''Em abril, ninguém teria acreditado que poucos meses depois o Reino Unido estaria enfrentando uma corrida bancária do tipo clássico, como a que costumávamos ver no século 19'', afirmou.
Mantega contrastou as mazelas enfrentadas pelas economias dos países desenvolvidos com o atual momento pelo qual passa a economia brasileira, que, segundo ele, vive uma situação ''relativamente sólida''.
''Somos um país em desenvolvimento, com muitos dos problemas típicos dos países em desenvolvimento. Mas a nossa situação macroeconômica evoluiu para melhor. Desde 2002, a inflação está sob controle e as finanças públicas também. A relação entre dívida pública e o PIB sofreu alguma diminuição e houve uma redução notável da vulnerabilidade externa.''
O ministro voltou a fazer críticas aos países desenvolvidos, ao defender a mudança no sistema de cotas do FMI.
O Brasil vem pedindo reformas na eleição dos líderes do FMI e do Banco Mundial e um aumento da participação das nações emergentes no sistema de cotas que determina a estrutura de poder dentro do FMI.
Desde a criação do Banco Mundial e do FMI, em 1944, o comando do banco é exercido por um americano, e o do fundo, por um europeu. Os cinco maiores acionistas do fundo são os Estados Unidos, Alemanha, Japão, França e Reino Unido, que juntos conta com 40% das cotas. O Brasil tem 1,4% das cotas.
''Desde abril, houve progresso conceitual na reforma de cotas, mas não muito mais do que isso. O lento progresso se deve principalmente à resistência a mudança por parte dos países desenvolvidos que estão 'super-representados'.''
Segundo Mantega, a reforma é ''vital para a viabilidade do fundo. Qualquer ajuste modesto colocará em dúvida a relevância e a legitimidade do fundo''.
O ministro afirmou ser preciso ''um substancial deslocamento do poder de voto dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento''.
Fonte:
BBC Brasil
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/202162/visualizar/
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