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Economia
Sábado - 20 de Outubro de 2007 às 07:22
Por: Valéria Cristina Carvalho

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Os focos de febre aftosa detectados no final de 2005 nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul acabaram beneficiando a indústria frigorífica de Mato Grosso. Enquanto essas unidades da federação ficaram impedidas de comercializar com a Rússia, um dos maiores importadores de carnes, grandes players passaram a concentrar as exportações nas plantas que possuem no Estado. De 2005 para cá, época em que passou a vigorar o embargo, os embarques mato-grossenses do complexo carne subiram 224,49% em valores. Os números são referentes ao acumulado de janeiro a agosto. Enquanto naquele ano o Estado exportou US$ 149,897 milhões e no mesmo período em 2007 o valor aumentou para US$ 486,398 milhões.

O assessor econômico da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Carlos Vítor Timo, explica que empresas como Friboi e Bertin, por exemplo, passaram a dirigir a produção do Estado para atender aos contratos de exportação de carne bovina. Isso fez com que mesmo em pleno período de embargo, as vendas externas de carne em Mato Grosso aumentassem substancialmente.

Em volume físico, os embarques saíram de 86,589 mil toneladas para 222,036 mil toneladas, o que significa 158,41% a mais. Todo o complexo carne (bovino, ave e suíno) tem registrado crescimento nas exportações, mas a principal responsável é a carne bovina, que representa o maior volume nas vendas. As exportações cresceram 244,42% nos primeiros oito meses de 2007 em relação a igual período de 2005, com valores de US$ 380,947 milhões e US$ 110,604 milhões, respectivamente.

O maior aumento percentual é o da carne suína, apesar de ser ainda o menor volume. Conforme os dados de exportação da Fiemt, as vendas externas do produto subiram 460,16% de 2005 para cá. A situação é favorável mesmo com um dos frigoríficos locais, o Intercoop, estando embargado desde maio e tendo passado também por um outro longo período de embargo entre 2005 e 2006. A unidade ficou impedida de exportar do final de 2005 até o final do primeiro semestre de 2006.

O intercoop abate cerca de 2,5 mil cabeças/dia e chegou a direcionar até 60% da produção para exportação. O diretor-secretário do Intercoop, Valdomiro Otonelli, observa que as vendas agora estão resumidas a Hong Kong, "sendo pouco significativas". Ele diz que até hoje procura uma justificativa para o embargo russo ao Intercoop.





Fonte: Gazeta Digital

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