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Nacional
Sexta - 19 de Outubro de 2007 às 17:21

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Ribeirão Preto, 19 - Testes realizados pela Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto mostraram a viabilidade do abastecimento de tratores com biodiesel de soja. O relatório de testes, nas proporções de 5% (B5) e de 20% (B20), foi concluído e será entregue nos próximos dias ao governo federal. Segundo o coordenador do Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas (Ladetel), do Departamento de Química, da USP de Ribeirão Preto, Miguel Dabdoub, os resultados foram satisfatórios e podem levar o governo a antecipar para 2010 a obrigatoriedade de adicionar 5% de biodiesel ao óleo diesel comum comercializado no País. A adição de 5% está prevista para ocorrer até 2013. Atualmente, está autorizado o uso do B2 (2%), que se tornará obrigatório a partir de 13 de janeiro de 2008.

Os estudos com tratores da Valtra terminaram no início de outubro e o uso de biodiesel de mamona, na proporção de 5%, ainda dependerá de testes complementares, mas o de soja (de até 20%) foi aprovado. Dessa forma, o relatório final será entregue à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e ao Ministério da Ciência e Tecnologia. O relatório aponta que "não houve nenhuma conseqüência negativa para o uso de biodiesel de soja ou equivalentes em taxas de até 20%".

Os testes com tratores foram feitos durante 18 meses, em condições normais de trabalho, na Usina Catanduva. Foram usados mais de 211 mil litros de diesel comum e cerca de 22 mil litros de biodiesel puro (B100, ou seja, 100%) - 18 mil de soja e 4 mil de mamona - produzidos no Ladetel. No período, mais de 15 mil horas de trabalho em 8.683 hectares, com tratores monitorados e usando as misturas de B5 e B20 de soja e B5 de mamona. Os testes com a mistura de biodiesel de mamona apresentaram quebras do sistema de injeção da bomba dos tratores.

Dabdoub já apresentou ao governo federal outros dois relatórios de testes com o biodiesel. Em um deles, foi aprovado e validado o uso do produto de soja e de mamona de B5 em frota de 150 caminhões e vans de uma engarrafadora e distribuidora de bebidas de Ribeirão Preto. O outro validou o uso do B5 ao B100 de soja em motores de máquinas pesadas (usadas numa mineradora mineira). Dabdoub ainda não concluiu o relatório dos testes com veículos leves (com Peugeot e Citröen), mas avisa que o uso do biodiesel de soja (até B30) é "altamente satisfatório", enquanto as utilizações do produto a partir do dendê (único no mundo) e de mamona ainda não estão concluídas.




Fonte: AE

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