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Internacional
Quinta - 18 de Outubro de 2007 às 21:41

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AUSTIN, EUA, 18 Out 2007 (AFP) - "Ele se parece tanto com o pai, é impressionante". Kathleen Smith, de Austin (Texas, sul dos EUA), é uma das raras viúvas de soldados americanos no Iraque que optou por dar à luz um filho concebido de maneira póstuma, por inseminação artificial de sêmen congelado.

Benton, que nasceu no dia 14 de julho de 2006 e agora tem 15 meses de idade, é filho de Brian Smith, que morreu no Iraque dois anos antes, em julho de 2004.

"Tive este bebê porque Benton é o filho que Brian e eu queríamos ter. Parte de meu sonho foi possível depois de sua morte", explicou à AFP Kathleen Smith, de 42 anos.

Antes da partida de Brian para o Iraque, o casal havia decidido contratar os serviços de um banco de esperma. "Eu tinha problemas de fertilidade e tínhamos falado da possibilidade de passar por uma fertilização in vitro. O processo estava para começar quando o mataram", lembra Kathleen, que tem dificuldade para engravidar devido a algumas queimaduras que sofreu na infância.

Alguns soldados temem perder sua fertilidade depois de feridos ou expostos a produtos químicos e decidem armazenar seu sêmen antes de seguir com o exército para o Iraque ou o Afeganistão.

Entre 1% e 3% dos depósitos feitos atualmente nos grandes bancos de esperma americanos pesquisados é feito por militares nestas condições.

"Temos observado um pequeno aumento dos depósitos de soldados desde que passamos a oferecer um desconto de 30% para militares em 2003", disse Tanya Peebles, porta-voz do California Crybank, um dos maiores bancos de esperma dos Estados Unidos. Manter uma dose do próprio sêmen na instituição custa 365 dólares por ano.

Mas viúvas de militares que decidem engravidar após a morte do marido são raras. A administração estatal de veteranos de guerra conhece quatro casos, informou à AFP seu porta-voz, Jim Benson.

"O problema é o arrependimento. Já vi casos de mulheres que, depois de conhecer outro homem, se arrependem de ter tido um filho do marido morto", disse um médico que pediu o anonimato.

Mas não é o caso de Kathleen Smith. "Benton é uma criança maravilhosa, é uma bênção", afirmou a texana, que após a morte do marido deixou de apoiar a guerra no Iraque, "opinião difícil de se manter no Texas", comentou.





Fonte: AFP

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