Vítima de extorsão, padre Júlio Lancelotti diz se sentir ameaçado

O padre Júlio Lancelotti, conhecido por sua atuação em defesa de moradores de rua e dos direitos humanos, confirmou ao G1 nesta terça-feira (16) ter sido vítima de extorsão de uma quadrilha. “Estou me sentindo ameaçado, é uma situação complicada”, afirmou. A polícia procura três pessoas da quadrilha que teria exigido dinheiro do religioso. Um quarto suspeito já está preso.

Lancelotti pagou oito prestações de uma Pajero comprada por um casal, de acordo com a polícia. A quadrilha exigia dinheiro do padre e fazia ameaças, como afirmar que uma criança ligada aos criminosos havia sido molestada por Lancelotti. A polícia gravou algumas ligações feitas para o religioso, mas nelas a quadrilha não fazia ameaças diretas.

A polícia prendeu um homem em flagrante quando ele foi buscar o dinheiro de mais uma parcela do veículo. A prisão dos outros três envolvidos no caso já foi decretada, mas eles ainda estão foragidos.

Solidariedade

Dom Pedro Stringhini, bispo auxiliar de São Paulo, saiu em defesa de Lancelotti. Para o bispo, o padre foi enganado e, inicialmente, teria dado dinheiro para tentar ajudar o grupo. “Esse é um fato lamentável de alguém que se aproveitou da boa fé, da boa vontade dele e até da ingenuidade dele”, defendeu. “Nós padres somos ingênuos, andamos a pé, de metrô e, de repente, estamos ajudando alguém a comprar um carro. Estas coisas sem saber”, afirmou, referindo-se ao fato de os bandidos terem gasto o dinheiro comprando uma Pajero.

Stringhini acredita que Lancelotti só pagou quando percebeu que o grupo estava mal intencionado. “Ele só deu queixa quando percebeu que estava sendo enganado. Chegou a um ponto que ele percebeu isso.”