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Líder chinês reconhece problemas, mas aponta continuidade
PEQUIM - Em seu discurso de abertura do 17.º Congresso do Partido Comunista chinês, o presidente Hu Jintao reconheceu a necessidade de combater a corrupção e a burocracia na administração do país. "Apesar de nossas conquistas, precisamos estar conscientes de que ainda não satisfazemos a expectativa do povo", afirmou, citando "órgãos governamentais fracos, burocracia excessiva, extravagância, desperdício e corrupção de um número reduzido de quadros do partido".
Nos últimos anos, 8.310 filiados ao PC foram punidos por aceitar propina, embora o número de envolvidos em casos de corrupção seja muito maior.
As declarações de Hu, feitas nesta segunda-feira, 15, no Grande Salão do Povo, em Pequim, serviram para confirmar o que há muito já se sabia: a China prosseguirá nos próximos cinco anos apostando no modelo que reúne desenvolvimento econômico e centralização política nas mãos da liderança do PC. Foi com essa fórmula que o país duplicou seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro anos, período no qual teve um crescimento médio de 10% - o dobro da média mundial.
"Vamos continuar trabalhando para quadruplicar a renda per capita nos próximos 13 anos e completar a transição para uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos", disse o presidente chinês, exibindo com orgulho várias estatísticas do fantástico avanço econômico do país.
Por meio de expressões enigmáticas, como "desenvolvimento pela visão científica" e "estímulo à construção de uma sociedade harmoniosa", Hu alinhavou como será a política econômica: focada em esfriar o superaquecimento da economia, com investimentos do Estado para reduzir a desigualdade social entre os centros urbanos e a área rural, e a poluição ambiental - problemas mais citados em seu discurso.
Embora tenha usado a palavra "democracia" (minzhu, em chinês) ao longo de seu pronunciamento de duas horas e meia, o máximo que Hu acenou em termos de abertura foi o estímulo à "democracia intrapartidária" - entendido como uma descentralização interna no partido na tomada de decisões. Em nenhum momento Hu prometeu eleições livres e diretas.
Rotina
Enquanto Hu era ovacionado no Grande Salão do Povo, um palácio suntuoso encravado na Praça da Paz Celestial, os chineses aparentemente seguiam sua rotina como se fosse um dia qualquer. Mas o clima de tensão era evidente no ar, principalmente nas cercanias da praça. Enquanto centenas de policiais tentavam fazer o trânsito andar - algo impossível em Pequim, onde os congestionamentos só perdem em intensidade para o som das buzinas, que soam toda hora e de forma histérica -, as três estações de metrô de Tiananmen estavam vazias.
Nem mesmo a curiosidade fez os moradores da cidade dar uma espiadinha na praça. Essa distância entre o povo e seus representantes diz mais sobre o futuro da China do que discursos como o de Hu.
Nos últimos anos, 8.310 filiados ao PC foram punidos por aceitar propina, embora o número de envolvidos em casos de corrupção seja muito maior.
As declarações de Hu, feitas nesta segunda-feira, 15, no Grande Salão do Povo, em Pequim, serviram para confirmar o que há muito já se sabia: a China prosseguirá nos próximos cinco anos apostando no modelo que reúne desenvolvimento econômico e centralização política nas mãos da liderança do PC. Foi com essa fórmula que o país duplicou seu Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos quatro anos, período no qual teve um crescimento médio de 10% - o dobro da média mundial.
"Vamos continuar trabalhando para quadruplicar a renda per capita nos próximos 13 anos e completar a transição para uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos", disse o presidente chinês, exibindo com orgulho várias estatísticas do fantástico avanço econômico do país.
Por meio de expressões enigmáticas, como "desenvolvimento pela visão científica" e "estímulo à construção de uma sociedade harmoniosa", Hu alinhavou como será a política econômica: focada em esfriar o superaquecimento da economia, com investimentos do Estado para reduzir a desigualdade social entre os centros urbanos e a área rural, e a poluição ambiental - problemas mais citados em seu discurso.
Embora tenha usado a palavra "democracia" (minzhu, em chinês) ao longo de seu pronunciamento de duas horas e meia, o máximo que Hu acenou em termos de abertura foi o estímulo à "democracia intrapartidária" - entendido como uma descentralização interna no partido na tomada de decisões. Em nenhum momento Hu prometeu eleições livres e diretas.
Rotina
Enquanto Hu era ovacionado no Grande Salão do Povo, um palácio suntuoso encravado na Praça da Paz Celestial, os chineses aparentemente seguiam sua rotina como se fosse um dia qualquer. Mas o clima de tensão era evidente no ar, principalmente nas cercanias da praça. Enquanto centenas de policiais tentavam fazer o trânsito andar - algo impossível em Pequim, onde os congestionamentos só perdem em intensidade para o som das buzinas, que soam toda hora e de forma histérica -, as três estações de metrô de Tiananmen estavam vazias.
Nem mesmo a curiosidade fez os moradores da cidade dar uma espiadinha na praça. Essa distância entre o povo e seus representantes diz mais sobre o futuro da China do que discursos como o de Hu.
Fonte:
AP
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/202675/visualizar/
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