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Segunda - 15 de Outubro de 2007 às 09:22

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Mato Grosso é o estado brasileiro campeão em acidentes de trabalho, com uma taxa que chega a 16 casos para cada mil trabalhadores. No Estado, o percentual de mortalidade por este tipo de acidente é de 34 para cada mil trabalhadores.

Esse título, nada vitorioso, fez com que fosse criado o Seminário de Segurança e Saúde no Trabalho do Estado de Mato Grosso, cuja oitava edição acontece entre 17 e 19 de outubro, no Auditório do Senac-MT, em Cuiabá. O encontro é promovido pela Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado de Mato Grosso (Fetiemt), em parceria com diversos órgãos do setor.

O objetivo do evento é disseminar conhecimentos sobre segurança e saúde nos ambientes de trabalho e alertar os profissionais sobre a prevenção de acidentes e doenças, promovendo a melhoria desses ambientes.

Programação – Cursos, debates e palestras farão parte do seminário, que reunirá profissionais e estudantes, sindicalistas, empresários, administradores e representantes de entidades públicas e privadas.

A programação começa já no dia 17 (terça-feira), com dois cursos que seguem até o final do evento, no dia 19 (sexta-feira). Um deles será sobre a metodologia de ensino de Segurança e Saúde no Trabalho, ministrado pela educadora Maria Muccilo, do Rio Grande do Sul, representante da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Medicina e Segurança do Trabalho (Fundacentro) - órgão ligado ao Ministério do Trabalho e Emprego.

Outro curso tratará das diretrizes do Sistema de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho, sob a coordenação da pesquisadora Sônia Bombardi, da Fundacentro de São Paulo. Os cursos acontecem das 8h30 às 12h30.

O Seminário será aberto no dia 17 (quarta-feira), às 20 horas, com uma mostra de fotografias sobre Meio Ambiente de Trabalho. No dia 18 (quinta-feira), às 13h30, o Auditor Fiscal do Ministério da Previdência Social, Paulo César Andrade Almeida, ministra a palestra "Atualidades em Previdência Social".

Às 15 horas, o consultor da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Zuher Handar, falará sobre "Saúde Mental e Trabalho". Os debates sobre os temas começam às 17 horas.

No dia 19 (sexta-feira), às 13h30, acontece o painel "Espaço Cipa MT 2007: Práticas bem sucedidas, desafios, experiências e conquistas", que contará com participação de representantes de CIPAS (Comissões Internas de Prevenção a Acidentes de Trabalho) de todo o Estado. O Seminário será encerrado às 17 horas.

Acidentes – Pesquisa realizada pelo pesquisador Vanderley Pignati, da UFMT mostra que os números de acidentes só sobem. Em 2004, ocorreram 6 mil acidentes em Mato Grosso. Em 2006, o número subiu para 8 mil. Hoje, a taxa é de 16 para cada grupo de mil trabalhadores.

Diminuir a ocorrência dos acidentes de trabalho é um dos objetivos principais da Fetiemt, uma vez que o setor da indústria é um dos mais atingidos. Ao lado do agronegócio e do setor madeireiro, a construção civil detém um dos mais altos índices de acidentes de trabalho, tendo registrado 1.107 ocorrências entre 2002 e 2004. Em 2007, os acidentes na construção civil já foram responsáveis por pelo menos cinco mortes.

Ronei de Lima, presidente da instituição, denuncia a falta de equipamentos de proteção, principalmente os coletivos e a pressão sofrida no trabalho por parte da chefia, que impõe um ritmo acelerado que, muitas vezes, é causador de acidentes. Outro problema apontado por Ronei é o ritmo de trabalho durante a época da seca, quando o cansaço e os problemas de saúde afloram com facilidade. "Até as escolas reduzem ou remanejam os horários quando a situação do clima é crítica. Porém os empresários não aceitam discussões sobre o assunto. Não há flexibilidade", conta.

Em Mato Grosso, a indústria ligada ao agronegócio é a que mais tem acidentes no trabalho, por conta, principalmente, de problemas com intoxicação por defensivos agrícolas. Frigoríficos, madeireiras e o ramo da construção civil também preocupam.

O VIII Seminário de Saúde e Segurança no Trabalho é uma realização da Fetiemt, Fundacentro, UFMT, Ministério Público do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá, Cefet-MT, Sesi, Sindicato dos Técnicos de Segurança, Senac e da Comitê Permanente Regional na Área da Construção Civil e Construção Pesada de Mato Grosso (CPR-MT).





Fonte: Assessoria

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