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Economia
Sábado - 13 de Outubro de 2007 às 15:45

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O plantio da safra de soja ainda está lento devido a falta de chuva nas principais regiões produtoras de Mato Grosso. Em Lucas do Rio Verde, município que tradicionalmente cultiva a safra de soja precoce em meados de setembro, até agora semeou apenas 10% da área.

Na fazenda do agricultor José Luiz Picolo o plantio é feito devagar. Poucas máquinas estão na lavoura. Ele procura as áreas mais úmidas para trabalhar. Segundo Picolo, dos 4 mil hequitares que pretende cultivar nesta safra, ele conseguiu semear somente 7%. “Nos temos um atraso de 10 a 15 dias na nossa região”, comentou o agricultor.

Em Lucas do Rio Verde, na mesma época do ano, o plantio da soja estava quase concluído. Pelo menos 60% já estava plantado. Por causa do atraso das chuvas, o município que cultiva 220 mil hequitares ainda tem muito trabalho pela frente. De acordo com o Sindicato do Rural, alguns agricultores esperam condições favoráveis para plantar.

Este ano, apenas 10% foram plantados, e, com risco, em condições climáticas desfavoráveis. “Além de nos plantarmos tarde, nós deixamos de colher a soja em janeiro, e conseqüentemente nós entramos a colheita em fevereiro e o preço cai um pouco”, comentou o agricultor Picolo.

Fenômeno La Niña

E sobre a mudança no comportamento do clima nesta safra a reportagem conversou com a especialista em climatologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Gilda Maitelli. Segundo ela, é preciso observar as duas situações naturais e uma causada pelo homem.

O estado está em um região tropical continental e, conseqüentemente, o clima é quente por natureza. Com duas estações bem definidas. Um seca e uma chuvosa. Normalmente as chuvas começariam na metade de setembro e outubro o estado teriam um período chuvoso.

Outra situação natural, é o Fenômeno La Ninã. Segundo a especialista, o Lá Ninã é a alteração da temperatura da superfície das águas do oceano pacífico. O fenômeno diminui a temperatura da água na costa oeste da América do Sul e altera o regime de chuva em várias regiões do continente. No Brasil, a influência do La Niña deve durar toda a primavera. “Não tão fortes como das outras vezes, mas de alguma forma está influenciando as chuvas”, disse a especialista.

Ação do homem

“Nós temos uma situação de clima rigoroso, com duas estações definidas, e já é bem complicado às vezes trabalhar com agricultura e outras atividades. E além disso então nós temos um prática que deverá ser repensada: que é a queimada”, comentou a especialista.

De acordo com estudos internacionais, as queimadas interferem nas chuvas. “A fumaça da queimada, com todo o material que essa prática insere no ar atmosférico, vai aquecer o ar, diminuir o umidade e interferir na formação de nuvens de chuvas. E aí juntando aspectos naturais e a ação do homem, que não é adequada em nossa região, nós temos o resultado do atraso das chuvas”, ecplicou Gilda Maitelli.





Fonte: TVCA

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