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Quinta - 11 de Outubro de 2007 às 09:19

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Há exatos 30 anos, o presidente da República Ernesto Geisel publicava a Lei Complementar n° 31, determinando a divisão de Mato Grosso e a criação de uma nova unidade da federação, Mato Grosso do Sul.

Geisel criou Mato Grosso do Sul através da Lei Complementar nº 31 em plena administração do governador Garcia Neto, que recebeu a pecha de governador da divisão. Três décadas se passaram e Garcia Neto continua a dizer que foi injustiçado. Não injustiçado pela história, mas pelos adversários que conseguiram difundir a imagem de que ele era favorável e sabia dos planos do então presidente da República em dividir Mato Grosso.

A idéia de cisão, com a perda de parte significativa do território mato-grossense, feria o orgulho e o sentimento de soberania da população. No lado campo-grandense, a reivindicação do movimento separatista era calcada especialmente no argumento da proximidade ao Sul e Sudeste do país. Neste caso, a cidade de Campo Grande se amparava mais em cidades próximas do Paraná e São Paulo que em Cuiabá como referência no comércio e serviços.

"Em abril de 1975, dois anos e meio antes da divisão, procurei o presidente e ele disse que nem pensava nesse assunto. Dois anos depois, em abril de 77, ele me disse que começaria a pensar. Disse isso só seis meses antes de criar Mato Grosso do Sul, quando fui pego de surpreso e me posicionei contra, como sou até hoje", afirmou o ex-governador Garcia Neto, durante visita ao Arquivo Público do Estado, quando relembrou episódios e viu fotos que marcaram o processo separatista.

Naquele momento, o destino político de Mato Grosso já estava traçado nos planos do regime militar. À época, o potencial incomensurável em riquezas naturais incorporado por Mato Grosso era tido como risco no imaginário de ditadores. No afã de minar tal potencial, como pontua Aecim Tocantins, criava-se um novo Estado no Brasil.

Em 4 de janeiro de 1979, pouco mais de um ano após a edição da lei complementar, é efetivado o processo de divisão. O sentimento de perda aos poucos foi sucedido pelo crescimento econômico e populacional vertiginoso, destaque no cenário nacional e superior ao próprio novo vizinho, Mato Grosso do Sul.

Ao folhear o Diário Oficial que traz a destinação de 1,4 bilhão de cruzeiros para Mato Grosso do Sul e todas as dívidas para Mato Grosso, Garcia Neto diz ainda que a divisão quase tornou um Estado economicamente viável em duas unidades federativas fracassadas. "O engraçado é que, na sua biografia, o Geisel critica as divisões", diz.





Fonte: Mato Grosso Online

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