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Economia
Quinta - 11 de Outubro de 2007 às 08:16
Por: Marcondes Maciel

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A construção de um ramal do poliduto até Mato Grosso, passando por Rondonópolis, Cuiabá e Nova Olímpia, dependerá da quantidade de álcool e biodiesel que o Estado irá produzir nos próximos anos. Atualmente Mato Grosso produz apenas 800 milhões de litros de álcool, quando a quantidade mínima para viabilizar a obra seriam de pelo menos 2 bilhões de litros, ou seja, uma ampliação de 40%.

Essa posição ficou clara ontem, quando uma fonte da Transpetro – subsidiária da holding Petrobras – confirmou a existência de estudos para a extensão do ramal até Nova Olímpia (225 quilômetros ao norte de Cuiabá) e negou que haja qualquer decisão sobre o assunto. “Mas, por enquanto, não há nada de oficial, são apenas estudos mesmo”, afirmou a fonte.

No final da tarde, a Transpetro encaminhou nota de esclarecimento de esclarecimento sobre o anúncio da chegada do duto até Mato Grosso, feito ontem na tribuna da Assembléia Legislativa, pelo deputado Carlos Avalone (PSDB).

“A Transpetro - subsidiária de logística da Petrobras - esclarece que está sendo estudada a possibilidade de o futuro Alcoolduto Mato Grosso - Paraná ser estendido desde Cuiabá até o município de Nova Olímpia, também em Mato Grosso, onde seria construído um novo terminal. A referida extensão depende, no entanto, de uma avaliação sobre o volume mínimo necessário de etanol transportado para que a obra possa ser concretizada. O Alcoolduto Mato Grosso - Paraná deve começar a operar em 2012”.

Uma outra fonte, da Assessoria de Imprensa da holding Petrobras, no Rio de Janeiro, admitiu que realmente há discussões em torno da definição do projeto, “mas nada está certo” sobre o traçado do poliduto. “A holding, de fato, está realizando várias reuniões para ver qual será o traçado ideal para o país. Ainda não podemos adiantar nada”.

REPERCUSSÃO - Em Cuiabá as autoridades dão como certa a construção do ramal do poliduto para o transporte de álcool e biodiesel após o anúncio de que a Petrobras elaborou um mapa que inclui Mato Grosso no novo corredor do etanol brasileiro.

Para o deputado Avalone, a inserção do Estado nos planos da estatal, é fruto do seminário Etanol Mato Grosso/Brasil – Oportunidades e Desafios, realizado pela Assembléia Legislativa no início do mês de setembro. “Este é o primeiro resultado positivo para o Estado”.

Como ele destaca, no material de comunicação da empresa Transpetro – que apresenta o novo corredor de exportação do etanol, aparecem os trechos interligando a produção de Campo Grande (MS) à Nova Olímpia (MT). "Antes do seminário, o projeto de construção do poliduto parava na capital sul-mato-grossense", lembra o idealizador do evento.

No material divulgado pela holding, aparecem os trechos interligando Campo Grande (MS) a Nova Olímpia (MT), partindo do porto de Paranaguá (PR) e passando por Londrina, Presidente Epitácio (SP), Campo Grande, Rondonópolis e Cuiabá, totalizando 1,61 mil quilômetros. No projeto original, a Transpetro previa a construção do poliduto com 900 quilômetros de corredor, saindo da Refinaria do Paraná.

A inserção de Cuiabá a partir da ligação com Paranaguá, na verdade, é uma segunda alternativa para o Estado escoar a sua produção através de dutos, depois do adiamento da assinatura do protocolo de intenções entre a Petrobras e o governo do Estado, no começo deste ano, que previa um ramal do alcoolduto a partir do terminal de Senador Canedo (GO) até Paulínia (SP).

De acordo com informações da Gerência de Imprensa da Petrobras, a princípio a estatal está estudando a possibilidade de construir dois alcooldutos, sendo o primeiro de Senador Canedo até São Sebastião, em São Paulo, e o segundo ligando Cuiabá a Paranaguá (PR). A finalidade da obra, segundo ainda informações da holding, seria facilitar o escoamento da produção de etanol da região Centro-Oeste e atender o crescimento das encomendas à indústria de base da região Centro-Sul do país.

O projeto original encaminhado pela Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) à Petrobras contempla a extensão do ramal até o município de Nova Olímpia, onde está localizada a Usinas Itamarati, a maior indústria do mundo na fabricação de álcool, com capacidade de moagem de 6,2 milhões de toneladas de cana por safra.

“Para Mato Grosso não importa de onde virá o poliduto. O importante é termos a obra para que possamos inserir o nosso Estado no cenário das grandes exportações mundiais de álcool e biodiesel”, afirma o secretário adjunto de Desenvolvimento da Sicme, Rodrigues Palma.





Fonte: Diário de Cuiabá

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