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Internacional
Quarta - 10 de Outubro de 2007 às 22:23

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Quito, 10 out (EFE).- Funcionários do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e religiosos atenderam hoje cerca de 250 camponeses colombianos que chegaram a Nueva Loja (Equador) para denunciar as más condições de vida e a violência que sofrem na Colômbia.

Os refugiados vindos de Putumayo, na fronteira entre Equador e Peru, disseram às emissoras de rádio locais que pretendem ficar "dois dias no Equador" para buscar com os representantes consulares colombianos no local "uma melhora em suas condições de vida".

Um camponês chamado Carlos disse que o grupo foi a Nueva Loja porque o Governo da Colômbia "está matando a todos", e para que o mundo conheça a situação deles.

"Aqui (no Equador) temos liberdade de expressão", afirmou.

Os refugiados pretendem apresentar algumas propostas para o setor de produção agrícola para que muitos deles consigam abandonar o cultivo da folha de coca, utilizada como matéria-prima para a produção de cocaína.

Em Putumayo operam guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), paramilitares de extrema direita e grupos de narcotraficantes.

Os camponeses colombianos estão instalados na catedral católica de Nueva Loja. Eles foram atendidos por representantes religiosos e funcionários do Acnur no Equador, com a ajuda da Defesa Civil e da Cruz Vermelha equatorianas.

Pelos menos 196 camponeses, vindos da cidade de La Hormiga (Putumayo), chegaram na terça-feira à catedral de Nueva Loja para "falar com o cônsul da Colômbia" no local, segundo o Acnur.

Aparentemente, os refugiados cruzaram o Equador pela ponte internacional sobre o rio San Miguel e a cidade equatoriana de Puerto Nuevo.

Durante a madrugada de hoje, outros camponeses colombianos chegaram à catedral de Nueva Loja. A Polícia e os militares equatorianos estão tentando evitar a entrada dos estrangeiros.

Meios de comunicação da província de Sucumbíos - cuja capital é Nueva Loja - disseram que centenas de camponeses colombianos não conseguiram cruzar a fronteira, pois as autoridades os impediram.

Os ministros equatorianos de Governo, Gustavo Larrea; Defesa Nacional, Wellington Sandoval e Relações Exteriores, María Fernanda Espinosa, se reuniram hoje em Quito para analisar a situação em Sucumbíos, mas ainda não disseram o que decidiram.

Além disso, um comitê de emergência do Governo de Sucumbíos também se reuniu, sem divulgar as decisões tomadas.

Em agosto, cerca de 1,6 mil camponeses foram a San Lorenzo, no Equador, para pressionar o Governo colombiano. Eles pediram um plano de substituição da coca por outros cultivos lícitos e rentáveis.

Na ocasião, muitos desses camponeses afirmaram que estavam dispostos a não se dedicar mais às plantações de folha de coca, caso o Governo da Colômbia facilitasse o plantio de outro tipo de cultivos.

Após negociações com autoridades colombianas em San Lorenzo, os camponeses voltaram à Colômbia, depois que Bogotá se comprometeu a atender as reivindicações do grupo.





Fonte: EFE

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