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Economia
Quarta - 10 de Outubro de 2007 às 16:07

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A empresa concessionária América Latina Logística (ALL), que detém o contrato de expansão da Ferronorte, pode devolver a concessão ao governo. O diretor financeiro da empresa, Sérgio Pedreiro, disse nesta quinta-feira que a companhia está disposta a tomar a atitude se essa for a solução para que os recursos públicos possam levar a ferrovia até Cuiabá. É que os governos federal e estadual estudam a possibilidade de uma parceria com a Valec Engenharia Construções e Ferrovias, administrada pelo Ministério dos Transportes, para a construção do trecho Rondonópolis-Cuiabá, que não está incluído nos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A proposta havia sido feita anteriormente pelo governador Blairo Maggi (PR) durante Fórum Pró-Ferrovia, em Cuiabá, no início do mês passado.

Em audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) deu um prazo de seis meses para que a ALL apresente um cronograma para a expansão da ferrovia até a Capital de Mato Grosso. A medida foi tomada após a constatação de que no contrato de concessão não havia um prazo definido para a conclusão do trecho.

Também presente, o prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), pediu a inclusão do trecho Rondonópolis-Cuiabá no PAC e reclamou do preço do frete da ferrovia, que é semelhante à parte rodoviária. O presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, argumentou que a expansão provocará redução de gastos com frete e atrairá indústrias para a região, uma vez que o município oferece vantagens como um entrocamento rodoviário significativo, hidrelétricas, aeroporto, gasoduto e porto seco. Além disso, lembrou que a arrecadação de ICMS em Cuiabá chega a R$ 1,3 bilhão. Vuolo disse ainda que o fluxo de passageiros entre Rondonópolis e a Capital é grande.

O PAC só prevê recursos para o trecho da ferrovia que vai até Rondonópolis, porque é o que apresenta mais viabilidade de implementação. Por outro lado, recursos públicos não podem ser aplicados na Ferronorte, uma vez que os investimentos devem ser feitos pela empresa concessionária.

Também na audiência de hoje, o secretário-executivo do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), Luciano Siani Pires, afirmou que a construção do trecho da Ferronorte entre Alto Araguaia e Rondonópolis é altamente rentável, e a instituição está disposta a financiar o investimento que deverá ser feito pela ALL.

Segundo ele, o BNDES está montando uma engenharia financeira com esse objetivo. Os juros oferecidos serão baixos, e o retorno da ALL será feito apenas com a renda resultante de fretes realizados nesse trecho adicional. Apesar de apontar a empresa como importante e competente na área, Pires ressaltou que sua situação financeira inspira cuidados, em razão de dívidas herdadas de empresas que comprou, o que justifica cautela para novos investimentos.

Segundo Pedreiro, o custo de construção do trecho Alto Araguaia-Rondonópolis da ferrovia Ferronorte é de R$ 600 milhões e que, até março de 2008, a empresa deve entregar o cronograma de conclusão dessa obra. Segundo ele, a construção do trecho pode começar ainda no próximo ano e durar cerca de 18 meses.





Fonte: Agência Câmara

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