Procura por DVDs piratas cresce 50% em um ano
A polêmica em torno da pirataria do filme “Tropa de Elite” encontra eco nas estatísticas: segundo estudo da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e do instituto Ipsos o consumo de produtos piratas no Brasil aumentou em 2007 e o carro-chefe desse crescimento é o DVD.
Apesar de a parcela da população brasileira que consume produtos piratas ter ficado estável (42%), a divisão dos produtos mostra que a procura por mercadorias sem origem aumentou (veja tabela abaixo).
"A pirataria extrapolou a questão econômica e se incorporou ao cotidiano do brasileiro. O sentimento de impunidade perpassa todas as classes e faixas etárias, pois não não há ação de repressão sobre os consumidores", diz o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz.
CDs e DVDs
No ranking de produtos mais procurados por esses consumidores, o CD ainda figura no primeiro lugar, com 86% das citações, número igual ao do ano passado. Em seguida, assim como em 2006, vem o DVD, mas com um aumento considerável na procura - saltou de 35% para 53% - um crescimento de 51% de um ano para o outro.
Para Diniz, não basta que o poder público ataque os vendedores de produtos falsificados, é necessário também punir os compradores da mercadoria. A base legal para ações desse tipo, contudo, é problemática: "Comprar pirataria é crime contra a propriedade intelectual, com pena de até 1 ano de prisão ou pagamento de multa. É muito brando".
Quase a totalidade dos consumidores de produtos piratas (97%) justificou a compra pelo preço mais em conta, mas 6% alegaram ainda que compram o ilegal porque ele está disponível antes do original.
Rejeição
A boa notícia para a indústria formal é que, ao serem questionados sobre quais produtos não comprariam de forma alguma, em 2007, houve um aumento no índice de rejeição dos falsificados. Entre os 58% dos entrevistados que afirmaram não ter comprado produtos piratas, os principais motivos alegados foram: qualidade ruim, falta de garantia e por prejudicar o comércio legal.
"Vale ressaltar, no entanto, que a rejeição ao pirata por sua má qualidade não é bom sinal, pois demonstra que as pessoas não o deixam de comprar por causa da ilegalidade", diz Diniz, da Fecomercio-RJ.
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