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Economia
Quarta - 10 de Outubro de 2007 às 13:04

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O Brasil é um dos piores países da América Latina em ambiente de negócios para o microcrédito, apontou uma pesquisa divulgada pela Economist Intelligence Unit.

Num ranking de 15 países latino-americanos analisados pela instituição britânica, o Brasil ficou com o 12º lugar, atrás da Bolívia, Peru e Equador, que encabeçam a lista.

Outros países com modelos de desenvolvimento econômico semelhantes ao do Brasil, como Chile e México, também ocuparam posições relativamente baixas no ranking - oitava e nona respectivamente. Os últimos lugares ficaram com Uruguai, Venzuela e Argentina.

O estudo, intitulado Microscópio do Ambiente de Negócios para Microfinanças, levou em consideração três indicadores para avaliar o acesso ao microcrédito, que são empréstimos de pequeno valor destinados a pessoas de baixa renda.

Segundo a instituição, o setor de microcrédito vem ganhando terreno na América Latina nos últimos 15 anos, com crescimento de mais de 30% ao ano.

De acordo com o levantamento, numa escala de 100, o Brasil marcou 62,1 pontos no indicador "ambiente para investimentos", ficando na segunda posição neste quesito.

No entanto, apesar deste resultado, o país teve baixas pontuações nos indicadores "sistema de regulamentação" (43,8 pontos), que avalia as regras para as operações de microcrédito, e "desenvolvimento institucional" (33,3), que analisa o leque de serviços prestados pelas instituições de microcrédito e o nível de competição no setor.

O investimento em microcrédito é uma das prioridades do governo Lula. Em 2005, foi criado o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado, com o objetivo de incentivar a geração de trabalho e renda entre os microempreendedores e disponibilizar recursos para o microcrédito produtivo orientado.

No mês passado, durante seu programa semanal de rádio "Café com o Presidente", Lula rebateu críticas de que governo estaria gastando demais e citou investimentos no setor de microcrédito.

De acordo com o programa, em 2006 foram realizadas 828,8 mil operações de microcrédito produtivo que somaram R$ 831,8 milhões.

O levantamento feito pela Economist Intelligence Unit sugere que "o microcrédito pode ter sucesso em países com dificuldades para atrair negócios como um todo", afirmou Steven Leslie, que liderou a pesquisa.

"O estudo não revelou qualquer ligação entre o tamanho do país, riqueza e o ambiente para o microcrédito. De fato, países menores e menos prósperos ocupam quatro das cinco primeiras posições", constatou Leslie.

"A Bolívia obteve pontuação máxima no que se refere ao sistema de regulamentação do microcrédito, mas por outro lado marcou apenas 47 pontos quando se considerou o clima para investimentos nos país". BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.





Fonte: BBC Brasil

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