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Economia
Quarta - 10 de Outubro de 2007 às 08:20
Por: Fabiana Reis

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Mato Grosso registra um descompasso entre o preço da arroba do boi e os custos de produção nos últimos três anos e sete meses. De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, elaborados em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre janeiro de 2004 e julho de 2007 os gastos na pecuária aumentaram 35% no Estado impulsionados principalmente pelo aumento no preço dos insumos, como sal mineral e vacinas, além de gastos com abertura de novas pastagens, destinada à criação do gado.

Enquanto que as despesas dos pecuaristas cresceram ao longo dos anos, o preço da arroba do boi registrou uma expansão de apenas 3,06%, no mesmo intervalo, passando de R$ 52,24 em janeiro de 2004 para R$ 53,84 em julho deste ano. Na avaliação do analista de mercado do Centro Boi da Federação da Agricultura, Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luís Heraldo Padilha, os números não têm outro significado senão uma defasagem nos preços praticados no mercado o que vem penalizando os produtores.

Ele explica que como o preço do produto não aumentou na mesma proporção das despesas, os pecuaristas acumulam perdas, que refletem negativamente em novos investimentos na atividade. "Não podemos deixar de mencionar que a maioria dos insumos são importados e que mesmo que o dólar tenha sido desvalorizado frente ao real, não houve redução no preço das matérias-primas da pecuária". Ele acrescenta que o aumento expressivo no custo de produção e o pequeno reajuste no preço da arroba do boi tem provocado desestímulo no segmento o que acarretou até mesmo no abate de matrizes nos dois últimos anos.

Conforme os dados do Cepea, nos primeiros sete meses de 2007 o Custo Operacional Efetivo (COE) que inclui despesas mensais que os produtores têm com adubos, sementes e medicamentos (vacinas e antibióticos) teve um aumento de 6,97% em Mato Grosso na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o Custo de Operação Total (COT), que contabiliza gastos com formação de pastagens, depreciações e manutenção de máquinas, implementos e melhorias (tecnologia) para a criação, teve um crescimento de 6,33%. No período, os números mato-grossenses são o quinto no COE e o segundo menor no COT entre os Estados pesquisados pelo centro.





Fonte: Gazeta Digital

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