Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Terça - 09 de Outubro de 2007 às 14:53

    Imprimir


Roubos em residências, em vias públicas, em condomínios fechados, em lojas, em panificadoras, em farmácias, em escritórios e hotéis. Arrombamentos em plena luz do dia. Assassinatos, estupros, agressões, brigas, estelionato: mais de 15 casos por dia só em Cuiabá. Tráfico dce drogas, Roubos de carros, inclusive com reféns. Assaltos a coletivos: mais de 600 este ano. Essa é tônica da violência em Cuiabá e Várzea Grande nos nove meses de 2007. Existem bairros em que quase todas as casas de uma mesma rua já foram assaltadas ou arrombadas, algumas mais de uma vez. A violência tem nome: falta de policiais, principalmente na Polícia Civil.

A Grande Cuiabá bate recorde atrás de recorde de violência. Somente no mês de setembro 44 pessoas já foram assassinadas, a maioria a tiros. Nos primeiros sete dias do mês de outubro - até domingo (07) -, sete pessoas já foram vítimas de crime de homicídio, o equivalente a um homicídio por dia.

No acumulado do ano, a Grande Cuiabá já registra 258 assassinatos - estatística fechada pela reportagem do Site 24 Horas News - até às 19 horas de ontem com números da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa. Os números assustam até mesmo os mais calejados policiais, acostumados a lidar com a violência em seu dia-a-dia.

São os próprios investigadores, delegados e escrivães da Polícia Civil que chamam a atenção para um fato que pouca gente atenta: A Polícia Militar está fazendo das tripas coração para prender os bandidos, e a Polícia Civil não está dando conta do recado em suas investigações, justamente porque não está investigando. E porque não tem como investigar por falta de policial.

Os exemplos estão nos Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Ciscs), criados como a salvação. Criaram os Ciscs, mas se esqueceram de contratar policiais. Hoje quem trabalha nos Centros Integrados estão podres, caindo aos pedaços de tanto fadiga depois de 24 horas de plantão.

Quem freqüenta os Centros Integrados em busca de uma ocorrência registrada em janeiro vai encontrá-la do mesmo jeito. Nada foi feito. Um exemplo: a tentativa de assassinato contra uma estudante de 16 anos em quatro de janeiro deste ano. Nada foi feito e não abriram inquérito. Resultado: o mesmo maníaco que atacou “L” em janeiro, matou Bruna Gêssica em 21 de setembro.

Um veterano policial de mãos limpas e consciência perfeita conversou com a reportagem e confirmou: A Polícia Civil está perdida. No meio de um fogo cruzado sem precedentes. Aparentemente está tudo bem, mas segundo ele não está.

“Falta homens para trabalhar e a diretoria não abre a boca para cobrar, pelo menos mais urgência na contratação de pessoal. Tem que abrir a boca para cobrar, não apenas a contratação de 100 ou 200 policiais, mas do número quer for necessário de investigadores, escrivães, delegados e peritos criminais. Isso não é crime. Se o governador não atender, que a diretoria também abra a boca e informe à população o que está acontecendo. Do jeito que está não pode ficar. Pior do que isso também não pode ficar, seria o caos total”, alertou o policial.

Andando pelos corredores dos Centros Integrados o clamor é único: A Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) precisa trocar figurinhas com a Polícia Civil.

As duas precisam conversar sobre o acúmulo de trabalho nos Ciscs. Precisam conversar sobre a volta, e com urgência das Delegacias Especializadas. Para os policiais, uma das melhores coisas dos últimos anos foi a criação dos Ciscs, só que com um detalhe: sem o fechamento das Especializadas.

Para um policial. Aliás, para a maioria dos policiais que entende de investigação criminal, os Ciscs são bons. Funcionam para os registros de ocorrências. Para a distribuição de atribuições. Para a lavratura de prisões em flagrante. Para investigações de pequenos crimes, como vias de fato, agressão, estupro sem morte, Maria da Penha, lesão corporal, para crimes de trânsito e até pequenos furtos eles servem.

"Para os serviços pesados que são os roubos, os homicídios e o estelionato. Isso tem que feito por uma Especializada que se dedique só para isso. A não ser que a Sejusp crie as Especializadas dentro dos Cisc, mas com no mínimo quatro equipes. Cada uma com seis investigadores, quatro escrivães e quatro delegados. Se não for assim não tem jeito. Os papeis vão continuar se amontoados nos Ciscs sem ter um destino certo", voltou a alertar o policial.





Fonte: 24 Horas News

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/203546/visualizar/