Usina termelétrica está parada há um mês
Há mais de um mês a Usina Termelétrica de Cuiabá não recebe o gás natural boliviano e está parada. Com a Usina desativada a termelétrica deixa de abastecer Mato Grosso e a rede do Sistema Nacional, que leva energia a todas as regiões do país.
A sobrecarga no sistema elétrico é um dos motivos aprontados para cortes frequentes, que já trazem prejuízos para muitos consumidores.
É o caso de uma padaria da capital, segundo o proprietário Luíz Garcia o motor da geladeira do estabelecimento queimou após queda de energia. Explica o empresário que isso tem acontecido e por isso os funcionários tem que ficar alerta para que não haja mais prejuízos como esse.
Os cortes do mês passado se deveram, segundo a Rede Cemat, a sobrecarga de energia no sistema. Eles poderão voltar a ocorrer neste mês, principalmente nos dias mais quentes. Existem explicações diferentes para o problema.
O professor da UFMT, Dorival Gonçalves Júnior, diz que o estado tem oferta de energia de sobra, o problema pode estar na falta de investimento na distribuição.
De acordo com ele o problema está nos alimentadores de distribuição. Alguns podem estar operando em sobrecarga por não haver investimentos da Rede Cemat para atender os momentos de sobrecargas no sistema durante o período de calor.
O vice-presidente de operações da Rede Cemat, Aroldo Napolitano contesta. Segundo ele apesar da grande oferta energética a quantidade aproveitada é limitada pelos transformadores da Eletronorte. Os equipamentos estariam operando no limite da sua capacidade para abastecer a região de Cuiabá.
Segundo Aroldo, nessa época do ano com os rios baixos cai a geração em até 30%. Hoje a capacidade de geração é igual a de consumo do estado. Existe geração que não entra no sistema da Cemat.
Com ou sem sobra de energia a Usina Termelétrica Mário Covas faz falta, há mais de um mês ela não recebe o gás natural boliviano e está parada. Falta gás também nas negociações da Pantanal Energia, dona da usina, com o governo boliviano, que quer cobrar quatro vezes mais pelo valor do combustível.
A maior Usina de Mato Grosso pode abastecer até 70% do estado e ainda vender energia à rede do sistema nacional.
Soluções apontadas
Enquanto não resolvem o impasse com a Bolívia, os empresários e o governo brasileiro estudam uma solução provisória: uma saída é o uso do óleo diesel como combustível para a termelétrica. A alternativa, que está sendo estudada pela direção da usina, vai gerar custos adicionais para todos os consumidores brasileiros.
A falta de gás boliviano mantém a usina parada, o que compromete o abastecimento principalmente na capital.
Para o professor Dorival isso vai trazer um grave problema para a sociedade. De acordo com ele, o custo financeiro com diesel elevariam em 300% (4 vezes) o valor das contas de luz em Mato Grosso.
Para a Rede Cemat, que é favorável à Operação à diesel, o aumento nas contas seria mínimo, pois a previsão é de que o repasse dos custos com o óleo seja dividido com os consumidores de todas as regiões do país.
Só para gerar energia por uma hora à região metropolitana de Cuiabá, seriam gastos quase 60 mil litros de óleo diesel por hora, equivalente a uma frota de mil caminhonetes rodando com tanque cheio.
O custo ambiental com a emissão de poluentes será dividido entre os moradores de todo planeta.
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