Falta cimento e preço continua em alta em Mato Grosso
A escassez de cimento em Mato Grosso começa a afetar as grandes construtoras. Desde agosto, o Estado começou a ter dificuldades para adquirir o produto. As grandes empresas tinham estoques suficientes para manter as obras, no entanto, novas compras estão sendo feitas e o empresariado tem encontrado um novo entrave: prazos mais longos para a entrega da matéria-prima.
Hoje, é necessário cerca de um mês para que o produto chegue até à empresa. O preço pago às distribuidoras já aumentou 58,3% nos últimos dois meses, passando de R$12 para R$ 19, a saca de 50 kg, em Cuiaba. Em Sinop, já tem loja vendendo acima de R$ 20.
O secretário-executivo do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), José Otávio Carvalho, afirma que a escassez do produto está ocorrendo em todo o país, com maior impacto na região Centro-Oeste, devido ao crescimento no consumo de 14,8% em 2007. No país o aumento em agosto foi 13,3% maior que o mesmo período de 2006. Ele descarta o cartel na comercialização do produto e diz que a elevação do preço é consequência da baixa oferta. "Nos próximos meses a situação será normalizada já que muitas fábricas e fornos estão sendo reativados".
Uma medida que deve ter impacto positivo para a oferta de cimento em Mato Grosso é a importação do produto. Apesar da compra não ser feita diretamente por empresas localizadas no Estado, o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil em Mato Grosso (Sinduscon-MT), Luiz Carlos Fernandes, afirmou para A Gazeta que a alternativa pode ajudar no abastecimento estadual, que devido à falta do produto que já registrou aumento de 47% no preço, passando de R$ 12,90 em julho para R$ 18,99 esta semana.
"A negociação é feita via cooperativas, e mesmo não tendo nenhuma no Estado podemos ser beneficiados com a redução da demanda no âmbito nacional, fazendo com que sobre mais na região com a maior oferta do produto, mesmo vindo de outro local", diz ao informar que a possibilidade de importar o cimento de outros países como o México e Polônia está sendo estudada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), órgão que congrega todos os sindicatos do setor no Brasil.
Produção - A Votorantim Cimentos informa, via assessoria de imprensa, que 26 fábricas do país estão operando em plena capacidade. Na unidade de Nobres serão aplicados R$ 70 milhões até o final de 2008 para ampliar a produção, que atualmente é de 25 milhões de toneladas por ano para 33 milhões (t)/ano, incremento de 30%.
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