Brasileiro poupa para construir, aponta pesquisa
A reforma da casa é o principal objetivo de metade dos brasileiros que poupam, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Fecomércio-RJ, em parceria com o instituto de pesquisas Ipsos.
Conforme o levantamento, o reforma da casa apresentou o maior avanço --10 pontos percentuais-- em 12 meses entre as opções de destino das economias, com destaque para a Região Sul do país. A preferência é a mesma entre homens e mulheres entre 35 e 44 anos.
A pesquisa "O perfil do poupador brasileiro" foi realizada em 70 cidades e nove regiões metropolitanas do país, totalizando mil domicílios consultados.
Na seqüência da preferência dos poupadores aparecem: gastar com lazer (8%), consumir em imóveis (7%), preocupação com o futuro (4%) e consumir em eletrodomésticos (2%).
O volume de brasileiros que poupam ainda é baixo em relação a outros países em desenvolvimento, segundo o estudo. "De 2003 a 2006, as médias de poupança como proporção do PIB de Brasil, China, Índia e Rússia foram as seguintes: 21,6%, 50,2%, 24,3% e 34,3%, respectivamente", aponta a pesquisa. "Ou seja, dentre esses quatro países, o Brasil registra o menor patamar de poupança relativa ao mesmo tempo em que sua economia cresce a um ritmo menor."
O consumo, no entanto, é uma das explicações para o desempenho brasileiro, segundo o presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz. "O Brasil vive uma arrancada do consumo doméstico como há muito tempo não se via, incentivada, principalmente, pelo crédito, que tem chegado às mãos do consumidor a juros mais baixos, embora ainda elevados, e prazos maiores. Essa opção do brasileiro pelo consumo imediato resulta em baixos níveis relativos de poupança no país", disse.
Por outro lado, o brasileiro que está conseguindo economizar pretende dar seqüência à iniciativa, indica o levantamento: de 2006 para 2007, aumentou em 5 pontos percentuais a parcela de pessoas que pretende guardar dinheiro no curto prazo (60%).
A pesquisa aponta ainda que um número maior de pessoas não mexeu em suas reservas neste ano (35% contra 31% em 2006) --ou seja, não guardaram mas também não gastaram as economias. Um percentual menor de pessoas mexeu (13%) no dinheiro acumulado, em relação ao ano passado (16%) e subiram de 40% para 44% os que conseguiram economizar ainda mais nos últimos 12 meses.
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