Cobrador foi assaltado 10 vezes em 2 anos de atuação
Disse que já foi ameaçado de revólver, faca e até facão. "A gente fica tão assustado que muitas vezes o motorista nem recolhe passageiro suspeito no ponto". Ele identificaria um suspeito como sendo jovem com bermudas e boné. Diz que normalmente invadem o coletivo pela porta traseira e apontam as armas contra cobradores e passageiros. Os passageiros por sua vez não têm interesse em prestar queixa e identificar os ladrões, lembra M.A.P, pois os criminosos são adolescentes infratores do próprio bairro, que continuam circulando e ameaçando as vítimas. São muitas as histórias envolvendo agressões e até mortes durante assaltos a coletivos. B.B.S, 55, já teve uma arma apontada contra ele durante um assalto, há cinco anos. Estava na linha do bairro 1º de Março e fazia a primeira viagem. O assaltante não era adolescente e estava com uma arma de fogo. Levou o dinheiro em caixa e a carteira do motorista. "A gente sai de casa para trabalhar com medo. Mas precisa da ajuda de Deus para se proteger contra os criminosos. Hoje a violência não está só dentro do ônibus, mas em todo lugar da cidade".
Depois de ser assaltada em um coletivo, a cabeleireira L.S., 40, nunca mais se sentiu segura. Em agosto, quando estava a poucas quadras de casa, no Jardim Araça, o coletivo foi invadido por três menores encapuzados, armados com revólver. Eles entraram no coletivo no bairro Santa Isabel. Além do dinheiro do caixa, levaram celulares, dinheiro e até óculos dos passageiros. "Só de lembrar fico arrepiada. Foi horrível".
Segundo ela, um dos meninos não deveria ter mais de 13 anos. Eles estavam muito nervosos. "Tanto que ele não conseguiu tirar o dinheiro da minha bolsa e eu tive que ajudar. A qualquer momento podia acontecer uma desgraça se alguém reagisse", disse a vítima. Segundo ela, haviam cerca de 10 passageiros e todos colaboraram, com medo dos menores armados. Mas hoje, depois do assalto que aconteceu em uma noite de sábado, a tranquilidade de L.S. acabou. "Fico o tempo todo em alerta. Qualquer pessoa que senta do meu lado fico achando que pode me assaltar. Hoje tenho medo de andar de coletivo à noite", resume.
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