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Polícia Brasil
Segunda - 08 de Outubro de 2007 às 08:02
Por: Silvana Ribas

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De janeiro a setembro foram registrados 545 assaltos em ônibus na Grande Cuiabá. Isso equivale a dois roubos a cada dia. A região mais violenta é a Norte (Morada da Serra) e os adolescentes infratores são os vilões em 90% das ocorrências.

A impunidade ainda é apontada como o fator que motiva a reincidência dos criminosos. A obtenção de dinheiro para o consumo de drogas também tem contribuído para que este crime continue em grande escala, aponta a Polícia. São 240 mil passageiros por dia que utilizam do sistema, que só na Capital tem uma frota operante de 386 veículos. A violência no coletivo deixou de ser uma ação que atinge somente as empresas, mas hoje traz graves riscos para toda a população que usa o transporte e está exposta.

Segundo o gestor de segurança da Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), Raimundo Silva Santos, hoje a maior preocupação das empresas está na exposição dos trabalhadores e clientes. "Com a entrada do cartão transporte (CT), o dinheiro nos caixas dos coletivos foi reduzido. Mesmo assim os assaltos continuam e os trabalhadores e passageiros passaram a ser o alvo principal dos assaltantes".

Raimundo Santos diz em 90% dos assaltos estão envolvidos menores infratores, conforme relatos dos trabalhadores, fator que contribui para a impunidade. "Na maioria das vezes nem são presos. Mas se são, acabam soltos às vezes na mesma noite e praticam outros assaltos com a maior ousadia", relata Santos.

Isto tem desestimulado testemunhas e trabalhadores em procurarem a Polícia para fazer a queixa. O Centro Integrado de Segurança Pública (Cisc) Norte, no bairro Planalto, que atende a região do Grande CPA é o que mais concentra ocorrências. Segundo informações da delegacia titular Vera Rotilde, este ano foram seis inquéritos com prisões em flagrantes por assalto à ônibus.

Mas o representante das empresas diz que as prisões se resumem nos flagrantes e que nos outros casos não há investigações que resultem na prisão dos assaltantes de coletivos que agem quase que rotineiramente, mesmo já tendo sido identificados. "Falta empenho da polícia civil em atuar nos assaltos. O registro acaba em um boletim de ocorrência e só", acusa Raimundo Santos.

A delegada Rotilde discorda e diz que as investigações existem, inclusive com a presença de policiais civis dentro dos coletivos. "O que acontece é que muitas vezes chega na delegacia um grupo grande de vítimas assaltadas junto com o coletivo e quer ter preferência no atendimento. Isto não podemos permitir. Existe uma ordem de chegada".





Fonte: Gazeta Digital

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