Cinco PMs são acusados de matar aposentada no Ceará

Cinco policiais militares do Ceará são acusados de matar a aposentada Nilce Nascimento da Silva na quinta-feira (4) em Fortaleza. Os PMs foram à casa da aposentada buscar uma arma de um capitão do Corpo de Bombeiros supostamente roubada pelo sobrinho dela. Ao chegar à casa, os PMs, segundo testemunhas, usaram a força para retirar a mulher do local, a espancaram e arrastaram por um quarteirão. Ela foi levada para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O comando da PM informou nesta sexta-feira (5) que instaurou procedimento administrativo para apurar a morte de Nilce Silva. De imediato, os cinco PMs envolvidos na ação foram afastados de suas funções. O comando do Corpo de Bombeiros abriu sindicância para saber se houve participação do oficial que teve a arma roubada. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu nesta sexta-feira ao procurador-geral da República, Antônio Fernando de Sousa, que a investigação seja federalizada. A OAB relacionou ainda outras quatro ações da PM este ano no Ceará consideradas desastrosas.

No último dia 26, PMs deixaram paraplégico o turista espanhol Marcelo Ruiz, após confundirem o carro em que ele estava com o de assaltantes de banco. Em março, os estudantes de medicina Marcelo e Leonardo Moreno foram mortos por um capitão da PM em Iguatu, no sertão cearense, após discussão na saída de uma churrascaria. O mestre de obras Francisco de Assis Palmeira Filho foi morto numa troca de tiros entre policiais e uma dupla de assaltantes, em Fortaleza, em abril. Já o universitário Antônio Neilton Farias de Sousa morreu com um tiro na cabeça durante um cerco feito por PMs a uma van, na periferia de Fortaleza, há dois meses.

O presidente da OAB-CE, Hélio Leitão, diz que caso o procurador Antônio Fernando de Sousa aceite o pedido, a polícia cearense será afastada da condução dos casos e eles passarão a ser investigados pela Polícia Federal.