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Domingo - 12 de Maio de 2013 às 07:11
Por: RODRIGO VARGAS

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Foram 100 viagens em 859 dias. Uma por semana, em média. A maioria delas, para destinos nacionais - Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, principalmente. Mas também houve oportunidades para giros por concorridos destinos na Europa e América do Sul. 

 
 
Somente em diárias, as andanças oficiais da ex-secretária estadual de Turismo, Teté Bezerra, consumiram R$ 140 mil dos cofres do Estado. A mais cara se deu em janeiro passado: R$ 15.150,16 em diárias, ao longo de quase duas semanas entre Milão (Itália) e Madri (Espanha). 

 
 
Os números constam de um levantamento realizado pelo DIÁRIO nos registros do FIPLAN (sistema de planejamento, contabilidade e finanças do governo estadual) e considerou apenas os empenhos efetivamente pagos. 

 
 
Desde a posse, em 1º de janeiro de 2011, até a quarta-feira passada (8), quando se desvinculou do cargo para reassumir sua vaga como deputada estadual, Teté Bezerra caracterizou sua gestão pela presença em feiras e eventos de divulgação do turismo. 

 
 
Representantes do setor ouvidos pelo Diário, porém, afirmam que o ímpeto declarado de "vender Mato Grosso" não foi acompanhado por ações concretas para garantir condições de infraestrutura aos principais atrativos do Estado. 

 
 
"Houve muito projeto, muita viagem, mas a realidade é que estamos a um ano da Copa do Mundo e quase nada foi executado. Não sei se haverá tempo para executar nem 50% do previsto", avalia Jaime Okamura, presidente do Conselho das Entidades Estaduais do Turismo (CNTur-MT). 

 
 
Segundo ele, a divulgação só tem resultado se ocorre em conjunto com os investimentos nos locais de interesse. "Eu vejo que a secretaria avançou muito em um lado e falhou no outro. Chapada não está pronta. Poconé não tem nada", avalia. 

 
 
O empresário André Thuronyi, que tem uma pousada na Transpantaneira, em Poconé, qualificou a gestão de Teté como "ridícula". "A Copa do Pantanal vai ficar só no nome. O que o turista encontrar vai se dever exclusivamente aos esforços do setor. Do governo, mantido o cenário atual, não terá nada." 

 
 
Thuronyi critica a participação da secretaria em eventos de turismo de países como Portugal e Espanha, que estão com a economia em crise. "Fomos até lá vender para quem? Aqueles países estão quebrados", afirma. 

 
 
Lui Belfort, diretor de uma empresa de turismo em Chapada dos Guimarães, diz que as ações concretas no período se resumiram a "consultorias do Sebrae". "Isso foi até interessante, mas não muda o fato de que a Salgadeira, o Portão do Inferno e a Cidade de Pedra seguem fechados", diz. 

 
 
Para Okamura, a preocupação do setor é com o "pós-Copa". “Mato Grosso vai receber muitos jornalistas, que vão escrever matérias sobre o que encontrarem de bom e de ruim por aqui. O que será que irão dizer e escrever a respeito de nossa estrutura? Será que teremos uma divulgação positiva?”. 





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