Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quarta - 03 de Outubro de 2007 às 19:42

    Imprimir


A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, fez um apelo aos países ricos para que façam a sua parte e ajudem as nações em desenvolvimento a implementar ações para deter a devastação ambiental, principalmente das florestas, como a Amazônia.

"O que nós estamos colocando não é algo que seja uma espécie de caridade, porque nós vamos continuar fazendo nossos esforços independentemente de termos ou não essa ajuda, mas é uma questão de ética e solidariedade", disse, em entrevista nesta quarta-feira à Reuters, ressaltando que até agora as ações no país foram implementadas com recursos próprios.

"Estamos assumindo nossas responsabilidades. E, para mudar modelos de desenvolvimento, precisaremos de transferência de tecnologia, de ações voltadas para mudança de paradigma de desenvolvimento. E isso não é uma equação fácil."

Ela lembrou que o Brasil conseguiu uma redução de 500 milhões de toneladas de CO2 nos últimos três anos, o que representa 20 por cento de tudo que teria que ser reduzido pelos países ricos.

Segundo a ministra, a primeira fase do Plano de Combate ao Desmatamento da Amazônia, que conseguiu de 2004 a 2006 uma queda de mais de 50 por cento na taxa de desflorestamento na região e até o fim deste ano deve chegar a cerca de 75 por cento, se concentrou em ações de fiscalização.

Marina Silva afirmou que o governo está vivendo uma fase de aprofundamento do plano em ações de desenvolvimento sustentável, que envolve mudança do modelo de desenvolvimento.

"Para isso, precisamos de esforços adicionais. Assim como é difícil para as nações ricas mudar sua matriz energética de (combustíveis) fósseis para renováveis, para os países em desenvolvimento é difícil mudar o modelo de desenvolvimento", afirmou.

Segundo ela, o Brasil está reivindicando o previsto nas convenções (de clima, biodiversidade, combate a desertificação): que os países ricos aportem recursos adicionais e tecnologia para que os países pobres possam fazer as mudanças necessárias para um desenvolvimento sustentável.

Além das doações voluntárias, é preciso ajudar a criar atividades econômicas alternativas para as florestas, remunerando o uso da biodiversidade, de conhecimentos tradicionais e pesquisa genética.

A proposta da qual o Brasil é co-autor, a Convenção de Biodiversidade, que recebeu oposição de alguns países, forçaria empresas farmacêuticas a pagar por drogas derivadas de plantas medicinais da Amazônia, por exemplo.

DESMATAMENTO ZERO

"A meta do Brasil é desmatamento ilegal zero", falou a ministra. "Nos últimos três anos nós conseguimos reduzir 65 por cento e não tínhamos meta. O importante, do nosso ponto de vista, é que alcancemos um resultado." Ela reconheceu que é difícil levar adiante as ações no combate ao desmatamento observando um desenvolvimento sustentável, mas ressaltou que o Brasil possui a vantagem de ter adotado algumas medias importantes no passado.

"O país tem 45 por cento da matriz energética limpa e 85 por cento da matriz elétrica limpa", afirmou.

Como um dos desafios à frente do cargo nos próximos três anos, ela citou a necessidade de estabelecer uma política cada vez mais integrada, na qual os diferentes setores do governo incorporem critérios que respeitem o desenvolvimento sustentável no país.

A ministra defendeu ainda que os países em desenvolvimento não podem, sob hipótese alguma, cometer os mesmos erros que os países ricos cometeram no passado.

"Nós queremos os meios para alcançar o nosso fim, que é mudar o modelo de desenvolvimento e evitar que daqui a 50 anos apresentemos as emissões (de gases) históricas como os países desenvolvidos fizeram", disse.




Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/204418/visualizar/