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Internacional
Quarta - 03 de Outubro de 2007 às 18:04

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A cada ano, mais de 2,5 milhões de pessoas são traficadas no mundo, de acordo com estimativa da Organização da Nações Unidas (ONU). E as mulheres são as principais vítimas. Segundo a ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, cerca de 80% das pessoas traficadas são mulheres.

Geralmente elas são atraídas por promessas de uma vida melhor, com bons salários e trabalho no exterior em profissões como babás, garçonetes e dançarinas de boate, mas, ao chegar, encontram uma realidade diferente. A forma de exploração mais comum sofrida por essas mulheres é a sexual. “O sonho de Cinderela desmorona e elas se tornam escravas daqueles que as aliciaram”, disse a ministra.

Assim, o tráfico costuma começar com o consentimento da pessoa que é traficada, por não saber que irá chegar a uma situação de exploração. “Há pessoas que sabem que vão trabalhar na indústria sexual, mas não sabem que há tanta exploração, que não podem sair livremente, que seu passaporte é preso e que não podem ficar com todo o lucro conseguido”, afirmou Frans Nederstigt, integrante do Projeto Trama, que atua no combate ao tráfico de pessoas para fins de exploração sexual.

Dados da Pesquisa em Tráfico de Pessoas realizada pela Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostram que a maioria das brasileiras traficadas é de Goiás e Minas Gerais.

Cerca de 57% das entrevistadas pela pesquisa têm ensino médio completo ou incompleto e, antes de deixar o Brasil, 41% delas tinham renda mensal de um a três salários mínimos. A maior parte (47,4%) tem entre 25 e 40 anos. Depois vêm as que estão na faixa etária entre 18 e 24 anos (37%).

Um grupo de trabalho interministerial produziu uma proposta para o Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Entre as sugestões que agora serão discutidas, a ministra Nilcéa Freire destaca a de tratar não apenas da repressão ao tráfico, mas do acolhimento às mulheres que são vítimas dele. “Se não tiver como acolhê-las, tanto na parte de prevenção quanto orientá-las antes e acolhê-las após serem vitimadas, de nada adiantam as ações repressivas isoladamente”.

Na opinião de Frans Nederstigt, para que o combate ao tráfico de pessoas se fortaleça no Brasil, é necessário que o governo brasileiro destine dinheiro do orçamento público de forma que esse trabalho não dependa tanto de recursos internacionais “Tem também que ser uma prioridade brasileira”, disse ele.

Traficar pessoas é transportar, transferir ou abrigar alguém para fins de exploração. A exploração pode ser sexual e se dar pela submissão a serviços forçados, com pouca ou nenhuma remuneração. Também pode ter como fim a remoção e venda de órgãos da pessoa traficada.





Fonte: ABr

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