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Internacional
Quarta - 03 de Outubro de 2007 às 16:04

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A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou ontem o relatório Trabalho Decente e Juventude na América Latina, com o perfil do jovem latino-americano em relação ao desemprego, à informalidade e à inatividade.

O relatório aponta que cerca de 10 milhões de jovens latino-americanos entre 15 e 24 anos de idade estão desempregados, o que equivale a 16% do total da força de trabalho nessa faixa etária, que é de 106 milhões de jovens na América Latina. Outros 30 milhões trabalham na economia informal e 22 milhões não estudam nem trabalham.

“Esses são dados realmente preocupantes, que são uma chamada, um alerta, uma chamada de atenção para a necessidade dos países, das sociedades investirem na juventude”, alerta a diretora do escritório da OIT no Brasil, Laís Abramo. Segundo ela, apesar desses dados, a situação na América Latina atualmente é melhor do que há cinco ou dez anos.

“Dizemos que esses jovens nasceram na chamada década perdida, que foi entre a década de 80 e 90 onde o crescimento econômico foi muito ruim na América Latina, onde aumentou a pobreza, aumentou a desigualdade social, mas a realidade que está se vivendo agora é outra, de reversão de alguns desses indicadores negativos. Então a nossa aposta também é ver qual é a potencialidade que existe nessa juventude, dentro desse contexto, para se reverter essa situação”, diz.

No Brasil, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), existem 4,5 milhões de jovens entre 15 e 29 anos que estão desempregados, fora da escola e sem o ensino fundamental completo.

Com base nesses dados, o governo federal lançou no mês passado o novo ProJovem, programa que unifica seis outros já existentes voltados para a juventude - Agente Jovem, ProJovem, Saberes da Terra, Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica.

O secretário nacional da Juventude, Beto Cury, diz que a idéia do programa é fazer com que até 2010 quatro milhões de jovens entre 15 e 29 anos de idade consigam formação profissional e tenham emprego garantido.

“A cada ano, mais jovens que têm 14 anos fazem 15 e estão na mesma condição. O problema é que se nós não atacarmos fortemente esse dado, daqui há três anos não serão 4,5 milhões, serão 7 milhões. Então é preciso que a gente faça algum esforço, e é isso que estamos fazendo, de integração, de unificação, de melhorar a qualidade daquilo que nós já estamos fazendo”, afirma.

O relatório da OIT ressalta a importância de outros programas brasileiros criados para melhorar a situação da juventude, entre eles o Programa Universidade para Todos (ProUni), que abre vagas em universidades para estudantes de baixa renda, e o Trabalho Doméstico Cidadão, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que leva escolaridade às trabalhadoras domésticas.

O lançamento do relatório da OIT aconteceu durante a reunião do Conselho Nacional de Juventude e contou com a presença do diretor-adjunto da OIT para a América Latina e o Caribe, Virgílio Levaggi.





Fonte: Folha Online

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