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Internacional
Terça - 02 de Outubro de 2007 às 22:59

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Jerusalém, 2 out (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, retomam amanhã suas reuniões periódicas a fim de dar conteúdo à conferência de paz regional anunciada para novembro nos Estados Unidos.

O encontro será o primeiro de ambos depois da última visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, ao Oriente Médio, realizada há 15 dias, e terá como objetivo preparar uma reunião da qual, após semanas de incertezas, já se sabem os detalhes mas ainda não a agenda.

Segundo porta-vozes americanos, a conferência ocorrerá na segunda quinzena de novembro em Annapolis (Maryland) e, de acordo com Abbas, foram convocados para participar da mesma cerca de 20 países, grupos regionais como a União Européia e organismos mundiais como a ONU.

Fontes diplomáticas ocidentais disseram que entre os convidados estão mais de dez países árabes, alguns deles "aliados" dos EUA, como a Arábia Saudita, e outros tachados de "hostis" pela Casa Branca e que pareciam já ter sido vetados, como a Síria.

O apoio do mundo árabe à conferência é considerado vital, mas tanto o regime de Riad como o de Damasco condicionaram sua presença. O primeiro pretende que o encontro aborde a raiz do conflito, e o segundo que ajude a pôr fim à ocupação israelense nas colinas do Golã, que ficam em território sírio.

O fato é que a inclusão na agenda de ambos os temas continua sendo uma incógnita - como o resto do cronograma -, e a conferência carece ainda de um documento que possa servir de base às discussões.

Segundo disse à Agência Efe o porta-voz do primeiro-ministro israelense, David Baker, a redação da minuta desse texto será um dos principais propósitos do novo encontro entre Olmert e Abbas.

A reunião será realizada pela manhã (local) em Jerusalém, e ocorrerá após a libertação entre ontem e hoje de 86 militantes palestinos.

As posturas das partes continuam, no entanto, distantes.

Olmert afirma que o documento de base deve ser uma declaração de princípios, enquanto Abbas insiste que devem ser estabelecidos prazos para a resolução dos assuntos que Rice tem como "cruciais" para a criação de um Estado palestino.

Segundo Saeb Erekat, assessor de Abbas e chefe dos negociadores palestinos, caso seja encontrado um eixo de entendimento sobre esses temas - as fronteiras do futuro Estado, o problema dos refugiados e a divisão de Jerusalém -, a independência palestina poderia tornar-se realidade seis meses depois da conferência.

Erekat ressaltou, no entanto, a necessidade de que o cumprimento de um eventual acordo conte com a supervisão da comunidade internacional, com o argumento de que "o descumprimento de seus compromissos por parte de Israel - que tem em temas relacionados com a segurança sua maior preocupação - foi um dos problemas enfrentados até agora pelo processo de paz".





Fonte: EFE

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