Governo do Estado elabora programa para criar pirarucu em escala comercial
meio do Programa MT Regional, consórcios intermunicipais, Empaer, Banco do Brasil, entre outra entidades, visa fomentar esta atividade em lagos da região do Araguaia em projetos de manejo e tanques em represas.
A viabilidade do projeto em Mato Grosso foi assegurada nesta terça-feira (02.10) pelo pesquisador José Maria Damasceno, do Instituto Fonte Boa, situado no município homônimo, no Amazonas. "Mato Grosso está com a 'faca e o queijo na mão' para executar esse projeto", anunciou Damasceno.
O pesquisador visitou, acompanhado do secretário-adjunto de Projetos Estratégicos, Neurilan Fraga, técnicos da Empaer e produtores, lagos e projetos de piscicultura nos Municípios de Luciara, São Félix do Araguaia e Novo Santo Antônio. "Esta é uma alternativa econômica importante. Só resta a organização dos produtores e buscar recursos, como os do Fundo Nacional do Meio Ambiente (Funama), apontou.
Paralelo à execução do programa, será executada nos próximos dias uma ação denominada "SOS Pirarucu" para salvar os peixe que estão em lagos com baixa quantidade de água e transferi-los para outras represas da região.
Em São Felix do Araguaia já existem associações de criadores de peixe como o pirarucu. Uma delas, a de Pontinópolis, presidida por João Batista dos Santos, foi criada em 2000. "Nós organizamos por entender que essa é uma atividade viável", disse ele, que, junto com outros pescadores, se reuniu com os secretários Clóves Vettorato e Fraga, na Secretaria de Projetos Estratégicos. Na região, os assentados têm recursos assegurados do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf), categoria "A".
Além do pescado em si, a preocupação dos pescadores é a sustentabilidade da atividade turística na região que atrai levas de turistas por suas belezas naturais. "Queremos conciliar a atividade com o turismo que já existe na região", disse o engenheiro agrônomo Avelino Egídio Taques, da empresa Plantas e Pesca.
O Pirarucu, maior peixe de escama de água doce do mundo, nativo da região do Amazonas, já está sendo criado no interior de São Paulo. A carne desprovida de espinhos e o sabor delicado e leve, fazem do pirarucu, um dos melhores peixes para alimento do mundo, avaliam especialistas.
Peixe que se destaca pela aparência, ele chega a medir, aproximadamente, dois metros e um peso médio, quando adulto de 80 quilos, embora haja relatos mais antigos de exemplares de até 150 quilos. Tem corpo de forma cilíndrica, largas e imbricadas escamas, e cor quase negra no dorso e avermelhada escura pelos flancos. A intensidade das suas cores, entretanto, varia em função do tipo de águas em que o peixe se encontra, atestam pesquisadores no livro "Recursos pesqueiros do médio Amazonas - Biologia e estatística pesqueira".
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