Metade das famílias vive com menos de R$ 350 por pessoa, diz IBGE

O rendimento por pessoa de metade das famílias brasileiras é menor do que R$ 350. O dado faz parte da pesquisa Síntese dos Indicadores Sociais 2007 - Uma análise da vida da população brasileira, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Baseada em dados da Pnad 2006, a pesquisa revela que, nas famílias que ocupam os quatro primeiros décimos da distribuição de renda, o valor médio de faturamento era de R$ 147, enquanto, no último décimo, o rendimento chegou a R$ 2.678.

Revelando o alto nível de desigualdade de renda encontrada no Brasil, as 565 mil famílias que representam o 1% mais rico do País registraram rendimento médio por pessoa de R$ 7.688.

Situação crítica

A pesquisa mostrou que as famílias monoparentais (constituídas em torno apenas do pai ou da mãe), em especial as chefiadas por mulheres, enfrentaram mais dificuldades, já que 47% viviam com renda per capita equivalente a três quartos de um salário mínimo. Em 2006, as famílias com chefes femininos chegaram a 10,7 milhões. Nas famílias em que todos os filhos tinham menos de 16 anos, a situação se agravava e 60% viviam com a mesma quantia.

De acordo com o levantamento, de 1996 a 2006, a proporção de mulheres com filhos que viviam com renda familiar per capita até meio salário mínimo aumentou, passando de 69,3% para 74%. Ao mesmo tempo caiu de 54,4% para 47,7% o número de mulheres com renda per capita de 2 salários mínimos.

Cerca de 31% das famílias em que a mulher era a pessoa de referência viviam com rendimento mensal per capita de até meio salário mínimo. Nas famílias com homens como chefe de família, esse percentual era de 26,8%

Fecundidade

O estudo constatou uma maior quantidade de filhos nas famílias mais pobres, bem como redução de fecundidade, principalmente entre as mulheres das famílias com melhores condições de vida, que optam por ter menos filhos.