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Terça - 02 de Outubro de 2007 às 04:35
Por: Thiago Itacaramby

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Denúncia anônima feita por um policial militar que teria participado do curso de capacitação da Força Tática da Polícia Militar, em Rondonópolis, revela maus tratos em relação às atividades ministradas durante o treinamento. O curso foi realizado no mês passado na cidade. A denúncia foi apresentada no dia 11 de setembro, via site do Ministério Público do Estado de Mato Grosso. O grupo é integrado por 20 policiais que receberam treinamento intensivo em várias áreas. O curso durou cerca de três semanas e obteve, em média, 90 horas/aula.

O conteúdo da denúncia revelou que são atitudes humilhantes para a formação do policial. Conforme relatos da suposta vítima, a pessoa seria obrigada a inalar um tipo de gás, que comprometeria o estado de saúde dela. Além da obrigatoriedade de comer cebola, fingindo ser maçã. Nos relatos, o denunciante afirma ter presenciado um caso em que um dos integrantes teria machucado a coluna por conta dos testes físicos.

De acordo com o comandante da PM na região Sul do Estado, coronel Pedro Sidney, “as informações não têm valor sendo anônima”. Em relação aos maus tratos e à possível fratura em um dos integrantes, o coronel Pedro Sidney afirmou que não procedem as informações.

Os formandos são os remanescentes de um grupo que, inicialmente, contava com 43 policiais. A seleção ocorreu ao longo dos treinamentos físicos, psicológicos e táticos. Eles receberam orientações sobre a abordagem de veículos e indivíduos, noções anti-bombas, gerenciamento de crise e patrulhamento rural, entre outras atividades.

Em relação ao curso, o coronel da PM disse que trata-se de um curso voluntário. “Há um treinamento diferenciado, afinal é uma tropa especial, diferente dos demais soldados”. Além disso, o coronel Pedro Sidney informou que o candidato interessado no curso tem que ser soldado da PM para realizar as atividades. Ele disse que o treinamento tem toda estrutura metodológica da PM e embasamento científico para conter situações de risco do dia-a-dia.

Segundo o promotor de justiça criminal, Sérgio Silva da Costa, “é preciso haver um fato concreto do tipo que levaria o desligamento do PM aos fatos. Neste caso, provavelmente, trata-se de um dissidente. O treinamento é exclusivo para compor soldados capacitados contra a criminalidade”. No entanto, o promotor explicou que a possível saída do efetivo, por conta das disciplinas aplicadas no treinamento, não são punitivas. Ele disse que basta o soldado solicitar a renúncia por escrito das atividades.

Sobre a conclusão do processo, Costa disse que é preciso que o interessado se pronuncie, ou seja, identifique-se. “Não havendo manifesto o inquérito será concluído”, destacou. Ele informou que, caso necessite, alguns policiais que participaram dos treinamentos serão chamados para prestarem depoimentos.

A reportagem entrou em contato no fim da tarde de ontem com o grupo da Força Tática da PM, mas os soldados estavam em diligência.





Fonte: Diário Regional

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