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Internacional
Segunda - 01 de Outubro de 2007 às 23:48

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Ramala, 1 out (EFE).- Centenas de palestinos receberam hoje, em Ramala, os 57 presos da Cisjordânia libertados por Israel, com uma alegria que contrastava com a decepção, em Gaza, pelo adiamento até amanhã da libertação de 29 presos vindos do mesmo local.

Enquanto na passagem de Erez, que liga a Faixa de Gaza a Israel, centenas de familiares esperavam, em vão, por seus parentes, manifestações de contentamento ocorriam na Muqata, sede da Presidência da Autoridade Nacional Palestina (ANP), onde foram recebidos os 57 presos libertados.

Os recém-libertados, em sua maioria jovens do movimento nacionalista Al Fatah, chegaram a Ramala no início da tarde (local), depois de terem sido entregues pelas autoridades israelenses ao Ministério dos Prisioneiros da ANP.

Depois disso, os ex-presos foram transferidos a três ônibus palestinos localizados a apenas cinco metros dos veículos do Exército Israelense.

Ao descerem dos carros que os haviam levado da prisão de Ketziot, no sul de Israel, muitos deles se ajoelharam para beijar o chão e outros fizeram o tradicional sinal de vitória.

Já em veículos palestinos, os recém-libertados, que já haviam cumprido maior parte da pena, levantaram bandeiras e bonés com símbolos palestinos.

Na Muqata, os gritos de alegria se confundiam com as manifestações de militantes e com o choro das mães abraçadas a seus filhos.

No entanto, na memória de todos seguiam os 11 mil palestinos que permanecem em prisões israelenses.

"Dou graças a Deus por estar livre, mas não serei completamente feliz até que todos os meus irmãos saiam da prisão", afirmou o ex-detento Adam Salamahi.

Após ficar preso por dois anos, Salamahi repetia com insistência seu desejo de "voltar para casa".

Por outro lado, Ahmed Sukar não podia deixar de lembrar com tristeza de seus cinco anos na prisão. Nesse período, diz, não se deixou vencer pelas dores causadas pelas "torturas de militares israelenses".

Enquanto isso, o primeiro dos libertados, Rakad Salim, se dirigia a simpatizantes que levavam retratos do ex-presidente iraquiano Saddam Hussein.

Salim cumpriu cinco de seus oito anos de pena por ter distribuído entre as famílias dos "mártires" palestinos os milhões de dólares que eram entregues pelo regime baatista de Bagdá.

Os libertados foram recebidos pelo secretário da presidência da ANP, Tayyip Abdel Rahim, e por vários ministros, sem a presença de Mahmoud Abbas, presidente da ANP, que estava na Jordânia.

A libertação de hoje é só "um grão de areia no deserto" em relação aos milhares de palestinos ainda presos, admitiu Hussein Ashej, funcionário do Ministério dos Prisioneiros palestino.

O diretor-geral do ministério, Ziad Abu Ein, se mostrou ainda cético diante da possibilidade de que uma libertação tão "ínfima" fortaleça Abbas, como pretende Israel.

Os outros 29 presos da Faixa de Gaza que deveriam ter sido libertados hoje terão de esperar até amanhã, informou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert.

O presidente israelense, Shimon Peres, assinou sua decisão no final da tarde (local), após uma longa jornada de incertezas sobre os motivos do atraso de um porta-voz oficial israelense que deixou todos os familiares em Erez ansiosos e curiosos.

Um palestino de 14 anos, que esperava por um dos presos, foi ferido no ombro por disparos de soldados israelenses.

Segundo testemunhas, os militares abriram fogo ao se aproximarem de uma multidão que estava próxima à cerca que separa Israel de Gaza.

A libertação, no mês sagrado muçulmano do Ramadã, é um novo gesto de Olmert para fortalecer Abbas e ocorre às vésperas de uma nova reunião entre ambos, para preparar a conferência de paz na região, prevista para novembro nos Estados Unidos.




Fonte: EFE

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