Rio e São Paulo têm metade dos assassinatos no País
Sozinha, a cidade de São Paulo responde por 1% de todos os homicídios do planeta - apesar de ter apenas 0,17% da população mundial, afirma um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta segunda-feira. Juntas, São Paulo e Rio respondem por metade dos assassinatos no Brasil, disse o estudo.
A estatística faz parte de um documento da agência da ONU para os assentamentos humanos, UN-Habitat, que marca o Dia Mundial do Habitat, neste 1º de outubro.
O relatório utiliza o caso de São Paulo para ilustrar como a expansão caótica das cidades colabora para a elevação das taxas de criminalidade nos centros urbanos.
De acordo com a ONU, a capital paulista se expandiu à impressionante taxa de 5% entre 1870 e 2000, quando bateu os 18 milhões de habitantes.
Apenas entre 1940 e 1960, a população da capital cresceu 171%. No mesmo período, a migração do campo para a cidade fez a periferia metropolitana inchar 364%.
Incapazes de lidar com as demandas por serviços urbanos e justiça, as instituições civis foram "esmagadas pelo ritmo e o tamanho do crescimento populacional", diz o estudo.
Em 1999, São Paulo registrava um número recorde de 11.455 assassinatos, uma estatística mais de 17 vezes superior à de Nova York, que no mesmo ano contava 667 crimes deste tipo.
A capital fluminense registrava em 2001 uma taxa de homicídios de 45 para cada cem mil habitantes, bem acima da média latino-americana de 25/100 mil.
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