Trabalhadores da Educação discutem greve em assembléia geral

O Conselho de Representantes, realizado neste fim de semana, com trabalhadores da educação de cerca de 70 municípios de Mato Grosso teve, como principal proposta, greve por tempo indeterminado a partir de 15 de outubro. A decisão foi tomada em vista do adiamento da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) em implantar o piso salarial profissional. A Seduc também deixou para março do ano que vem a incorporação dos 6% restantes referentes aos 12% de incentivo à docência (verba de caráter indenizatório).

“Entendemos que a eliminação da diferenciação salarial, com a implantação dos 6% restantes, já devia ser uma discussão superada. No último Conselho de Representantes (05/08), já havíamos rejeitado a proposta da Seduc de incorporar esse valor em agosto de 2008”, explica o presidente do Sintep-MT, Gilmar Soares Ferreira. Os outros 6%, referentes ao realinhamento, foram implantados pela Secretaria na folha de setembro, na forma de lei.

O Sintep propõe finalizar os trabalhos da comissão formada para analisar o piso salarial profissional. De acordo com estudo apresentado pelo secretário de redes municipais do Sintep, Júlio César Viana, o Estado tem condição de implantar imediatamente um piso no valor de R$ 965,10. “Se o governo implantar 65% da Receita, que é de R$ 873 milhões com IRRF e de R$ 830 milhões sem o IRRF, em pagamento de salários, chegamos exatamente a esse valor”, esclarece.

Além de investir 65% da receita em salários e implantar o piso de R$ 965,10, os trabalhadores cobram a aplicação de todos os recursos constitucionais destinados a educação, inclusive o IRRF; e a ampliação do investimento da educação para chegar ao piso de R$ 1.050,00 até fevereiro de 2008. “Até essa data já deu tempo para o governo finalizar o orçamento”, afirma Viana.

Os trabalhadores deliberam a greve nesta segunda-feira (1°/10), a partir das 14 horas, no Colégio presidente Médici, durante assembléia geral da categoria.