Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Segunda - 01 de Outubro de 2007 às 06:29

    Imprimir


Londres, 1 out (EFE).- Irã está disposto a ajudar os Estados Unidos a estabilizar o Iraque se Washington apresentar antes um calendário para a retirada de suas tropas do país invadido, segundo o presidente do Conselho Nacional de Segurança iraniano, Ali Larijani.

Em declarações ao jornal britânico "Financial Times", Larijani rejeita as acusações de Washington de que a República Islâmica esteja armando as milícias iraquianas e reitera que o problema é que o Governo de George W. Bush se empenhou em "uma estratégia sem saída" no vizinho árabe.

Segundo o iraniano, é hora de as grandes potências compreenderem que é impossível que o Irã retroceda em seu programa nuclear e que convém negociar com Teerã sem tentar impor condições prévias aos iranianos. O Irã chegou já a uma fase avançada desse processo e aprendeu a controlar plenamente a tecnologia nuclear, algo que ninguém pode agora tentar tirar.

Larijani afirma que seu país continuará cooperando com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mas não suspenderá seu programa de enriquecimento de urânio, como exigiu o Conselho de Segurança da ONU.

Na entrevista, ele nega que o recente acordo com a AIEA para esclarecer certos temas que levantaram suspeitas no Ocidente seja uma tática para desviar atenção e afirma que tudo depende da rapidez com a qual a agência vai trabalhar.

Quanto ao desastre iraquiano, Larijani afirma que o Partido Democrata americano e o Governo de Londres estão no caminho correto.

A exigência democrata para que a Casa Branca estabeleça um "calendário para a retirada" das tropas americanas parece lógica, diz Larijani. Segundo ele, os britânicos são "mais inteligentes que os americanos", pois já fizeram "os ajustes necessários" e retiraram suas tropas do aeroporto de Basra.

"Se os americanos apresentarem um calendário claro, ajudaremos a concretizá-lo. Se, pelo contrário, os EUA se empenharem em repetir seus erros, não deveriam pedir ajuda", critica Larijani.

Na semana passada, o Senado americano, dominado pelos democratas, defendeu que a Guarda Revolucionária do Irã seja designada como "organização terrorista estrangeira".

Larijani qualifica de "mentiras" as acusações de Washington e afirma que já pediu aos EUA que identifique os membros desse corpo de elite que estariam envolvidos no Iraque, mas continua sem receber resposta.

Segundo o político iraniano, seu país é o único da região que apoiou o Governo de Bagdá e o processo democrático iraquiano enquanto os aliados árabes dos EUA não ajudaram.

Larijani afirma ter informações segundo as quais funcionários americanos mantêm conversas com Izzat al-Douri, ex-alto dirigente do partido Baath, que supostamente comanda grupos rebeldes iraquianos, algo que qualifica de "desastre para o povo iraquiano".

Sobre os rumores sobre um possível ataque ao Irã, Larijani diz que Washington já deveria ter aprendido com o sucedido no Iraque. Atacar o Irã seria como "colocar a mão em um vespeiro" e adverte os EUA contra essa tentação sob pena de ver Israel reduzida a "uma cadeira de rodas".





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/204944/visualizar/