Justiça pede prisão de chefes policiais por repressão violenta no Paquistão

Lahore (Paquistão), 1 out (EFE).- O Supremo Tribunal do Paquistão ordenou hoje a prisão do subinspetor-geral da Polícia de Islamabad e de um chefe de distrito por causa da violenta repressão da manifestação oposicionista realizada este sábado, com dúzias de feridos e 200 pessoas detidas.

O presidente do Supremo, Iftikhar Chaudhry, ordenou a suspensão de ambos, indiciados no processo aberto hoje por iniciativa do próprio juiz para esclarecer a ação das forças de segurança durante o protesto, informou o canal privado "Geo TV".

Durante a audiência, compareceu o secretário do Interior, que assegurou que o Governo criou um comissão de inquérito para investigar o fato, apesar de o Supremo ter ordenado "ações imediatas" contra os responsáveis.

O protesto, liderado por advogados, aconteceu no sábado em frente à Comissão Eleitoral, no dia da publicação dos nomes dos candidatos a presidente registrados para a votação parlamentar que será realizada no próximo dia 6.

Os advogados protestavam pelo registro da candidatura do atual presidente, general Pervez Musharraf. Eles foram dispersados com cassetetes e gás lacrimogêneo. O tumulto deixou 64 feridos, inclusive 13 policiais e 31 jornalistas, segundo a agência de notícias oficial do Paquistão, "APP".

No domingo, grupos de jornalistas se manifestaram pacificamente com bandeiras negras para protestar contra a violência policial.

A Comissão Eleitoral deve anunciar hoje a lista definitiva de candidatos a presidente do Paquistão.