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Índios em MT acham que espíritos de vítimas estão no local do acidente
"A gente respeita onde o avião caiu, é um lugar muito triste e ruim. As pessoas podem ir lá, mas os índios não vão visitar, pois o local é distante e de difícil acesso. No entanto, quando alguém quer ir até lá a gente leva, mas só se for familiares ou alguém da imprensa. O local ficou como uma casa dos espíritos e eles moram lá, quem sabe conhece o que eu estou dizendo", ressaltou o administrador da Funai em Colider, Megaron Txucarramae que é índio da etnia Caiapó.
Segundo Megaron, o local apresenta uma sensação diferente. "Ao entrar na área onde o avião caiu a gente percebe que está diferente, o tempo escurece, começa a chuviscar e sentimos uma sensação de tristeza. Quando começa a chuviscar é porque temos que ir embora", ressalta.
Na cultura indígena, de acordo com o administrador regional da Funai de Colider, agora os espíritos das vítimas do acidente da Gol aceitaram que morreram. "É necessário deixá-los em paz, a gente não incomoda os espíritos, se incomoda eles ficam bravos. Nós levamos as pessoas na área do acidente apenas de dia, porque de noite acreditamos que os espíritos andam", disse Megaron Txucarramae.
Sobre a denuncia dos familiares dos pertences terem sumido, ele afirmou que os índios não pegaram nada. "Para nós não interessa pegar pertences de pessoas mortas. Se os pertences sumiram não é problema nosso. Existe muita coisa que continua no local do acidente, um exemplo disso é que existem muitas peças de computadores, roupas e calçados que estão até hoje no mato", disse Megaron.
Redação Terra
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