Polícia desmonta pistas clandestinas utilizadas por traficantes
A Polícia Militar de São Paulo desmontou nesta semana várias quadrilhas de tráfico de drogas que utilizavam pistas de pouso clandestinas. Estas pistas ficavam escondidas em canaviais do interior do estado.
O que mais surpreendeu os policiais foi a quantidade de munição escondida pelos traficantes: mais de mil cartuchos e peças de montagem de 42 fuzis e metralhadoras.
“Os apetrechos não dizem outra coisa senão uma fábrica clandestina de arma”, afirmou o sargento Flávio Oliveira, da PM. As pistas nos canaviais foram descobertas com a ajuda de imagens por satélite. Um caderno foi apreendido com as coordenadas dos locais de pouso usados pelas quadrilhas.
“Nós iremos traçar um mapa de todas as pistas usadas pela quadrilha na nossa região e, quem sabe, em todo o estado”, disse o delegado João Osinski. Em uma semana, dois aviões foram apreendidos na região de Ribeirão Preto, com contrabando, cocaína e um arsenal de guerra.
A Força Aérea rastreia os vôos clandestinos e escolta aviões sem identificação. E a Polícia Federal já conhece uma parte desse esquema: os aviões partem do Paraguai para o interior de São Paulo com até 180 litros de gasolina estocada em galões e são reabastecidos no ar, por sistemas de mangueira.
A quadrilha fica escondida no meio do canavial e escolhe o local do pouso; uma pequena clareira de 100 metros de extensão é suficiente para um avião pousar.
As últimas apreensões feitas pela Polícia Federal revelaram outro esquema dos traficantes, que se organizam como uma empresa na hora de gerenciar recursos: a formação de um consórcio para fazer o transporte de cocaína em aviões. Segundo a polícia, o consórcio reúne 10 traficantes do Paraguai.
Os agentes não sabem ao certo quanto de drogas entra no Brasil pelos canaviais, mas fazem uma estimativa: pelo menos 150 quilos por viagem.
Comentários