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Internacional
Sábado - 29 de Setembro de 2007 às 16:13

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Uma mulher britânica passou 70 anos presa em diferentes instituições psiquiátricas acusada de roubar o equivalente a 12,5 pence (US$ 0,25) quando tinha 15 anos.

A trágica história de Jean Gambell começou em 1937, quando foi acusada injustamente de roubar alguns centavos do consultório médico em que trabalhava como faxineira, conta o jornal britânico The Daily Telegraph na edição deste sábado, 29. A mulher foi condenada com base numa lei sobre loucura de 1890 e, por conta disso, passou a ser tratada por diversos psiquiatras, apesar de o dinheiro ter sido encontrado mais tarde.

Depois de algum tempo, Jean foi levada para um asilo e perdeu todo o contato com a família, que pensou que ela havia morrido. No entanto, em agosto, por acaso, um de seus irmãos mais novos encontrou uma carta que o levou a descobrir que ela ainda estava viva.

David Gambell, de 63 anos e que ainda vive na casa da família, em Merseyside, no norte da Inglaterra, recebeu uma carta destinada a sua mãe sobre um asilo em Macclesfield (no noroeste) e que mencionavam sua irmã Jean. "Não pude acreditar. De repente, me dei conta de que minha irmã continuava viva. Liguei para o asilo imediatamente e me confirmaram que nossa irmã estava lá", disse ele ao The Daily Telegraph.

David e seu irmão Alan, que só viram a irmã quando eram pequenos, viajaram até o asilo, onde os funcionários os advertiram de que Jean, já com 85 anos, estava surda, só podia se comunicar escrevendo e que, provavelmente, não lembraria deles. "Uma senhora que caminhava com bengala entrou, olhou-nos e falou: 'Alan... David...'. Depois, nos abraçou. Foi tudo muito comovente", contou o irmão, que está convencido de que Jean passou todos estes anos tentando provar que tinha uma família.

Os irmãos passaram grande parte de sua infância num orfanato, já que seus progenitores eram muito pobres. Eles descobriram ainda que, durante anos, o pai tentou tirar Jean da instituição psiquiátrica em que foi internada por ser considerada "débil mental". Porém, não conseguiu porque o histórico dela tinha sido perdido.

Agora, décadas depois, o serviço de saúde de Macclesfield vai abrir uma investigação sobre o caso.





Fonte: EFE

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