Dólar baixo faz aumentar procura por viagens

O câmbio favorável antecipou a venda de pacotes internacionais para este fim de ano, que já apresentam crescimento de 15% em relação a 2006. Os clientes tentam fechar a compra agora, aproveitando o dólar baixo, já que os pacotes são, em geral, calculados de acordo com a taxa cambial do dia e divididos em até 10 prestações sem juros.

Na sexta-feira, o dólar comercial fechou a R$ 1,83, menor patamar em sete anos. Em setembro, a moeda norte-americana acumulou desvalorização de 6,52%. Foi a maior queda mensal desde junho de 2006.

A maior procura tem sido por cruzeiros marítimos, com aumento de 20% em comparação com o ano passado. Os 14 navios de passageiros que passarão pela costa brasileira nesse verão - três a mais do que no anterior - já estão com ocupação média de 80% para o Réveillon.

“A economia vai bem, o dólar está muito baixo e houve aumento na oferta de roteiros. Além disso, você ainda tem, entre os turistas de São Paulo e Rio, um resquício de trauma com a crise aérea, que afetou principalmente as viagens domésticas", diz o diretor de Assuntos Internacionais da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav), Leonel Rossi Júnior.

Segundo ele, tudo isso impulsionou a procura pelos cruzeiros e, em menor escala, pelos roteiros internacionais. O aumento das viagens internacionais foi impulsionado, principalmente, pela Argentina, seguida dos Estados Unidos e Europa.

Os pacotes domésticos, segundo Rossi Junior, já dão sinais de recuperação, embora ainda estejam distantes do nível em que se encontravam antes da série de acontecimentos que detonaram a crise aérea brasileira.

No fim do ano passado, a queda nas vendas de pacotes domésticos foi de 30% e, este ano, deve ficar em 15%, ambos com relação ao mesmo período de 2005. “O setor está se recuperando porque tem feito boas ofertas”, diz Rossi Junior.

“Mas somente no ano que vem teremos uma retomada positiva das viagens nacionais", acrescentou. (As informações são do jornal "O Estado de S.Paulo")