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Nacional
Sábado - 29 de Setembro de 2007 às 07:21

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O traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, se casou com a advogada Jaqueline Alcântara de Morais, na tarde desta sexta-feira (28), na Penitenciária Federal de Segurança Máxima, em Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul. Essa prisão abriga hoje os pistoleiros Hércules Araújo e Célio Alves, que até setembro de 2001 integravam um grupo de extermínio em Cuiabá.

O casamento estava agendado para as 13h (horário de Brasília), mas, seguindo a tradição de toda noiva, Jaqueline se atrasou e a cerimônia começou às 14h30 (horário de Brasília).

A assessoria de imprensa do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), subordinado ao Ministério da Justiça, informou que o atraso da noiva ocorreu em decorrência do rigor da revista para entrada das testemunhas do casamento. Segundo o Depen, todos tiveram de deixar digitais de cinco dedos no sistema de segurança.

Beira-Mar vestiu meio fraque. Jaqueline atravessou os portões da penitenciária federal vestida de noiva, como manda a tradição. O casal foi autorizado a servir refrigerantes, salgadinhos e bolo aos presentes. Para eternizar o momento em um álbum de fotos, o casal contratou o serviço de um fotógrafo profissional e de um cinegrafista.

Os noivos escolheram um pastor evangélico para celebrar a união. O casamento foi acompanhado por quatro testemunhas. Duas foram escolhidas pela noiva e outras duas, pelo noivo. A cerimônia, realizada na sala de assistência jurídica do presídio, durou 30 minutos.

A filha do casal, de 9 anos, e o sobrinho, de 8 anos, entraram com a aliança dos noivos. O traficante terá de entregar a aliança para os agentes penitenciários. Segundo o Depen, Jaqueline optou por levar para casa a aliança do marido.

Agentes penitenciários de folga e agentes do Departamento de Polícia Federal reforçaram a segurança no presídio durante a cerimônia.

Lua-de-mel

Segundo o Depen, a lua-de-mel foi realizada logo após a cerimônia, na sala de visita íntima. O traficante foi o primeiro a receber visita íntima no período em que esteve recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Agora, ele é o primeiro preso a casar e ter lua-de-mel dentro de uma penitenciária de segurança máxima.

O casal está junto há 15 anos e tem três filhos. Beira-Mar está preso na unidade em Campo Grande desde o dia 25 de julho. Beira-Mar assinou, no início de agosto, os documentos necessários para a formalização da união em cartório.

Desejo

O juiz federal Odilon de Oliveira disse ao G1 que o desejo de Beira-Mar de se casar durante o cumprimento de sua pena foi atendido pela Justiça e a cerimônia foi realizada de acordo com a vontade do detento. "Todo preso pode ter assistência religiosa e também matrimonial, mesmo que essa seja uma cerimônia religiosa com caráter civil."

Apesar do direito de se casar no presídio, a cerimônia não previa ostentações. "Todos, incluindo o pastor, foram devidamente revistados e suas fichas analisadas. Penitenciária não é lugar para festa. No máximo, um brinde com refrigerante", disse Oliveira.

Por medidas de segurança, o fotógrafo não foi autorizado a fazer imagens das dependências da penitenciária federal. As fotos tiveram de ser feitas em plano fechado. Apenas os noivos e as testemunhas puderam aparecer nas imagens.

A cerimônia

A cerimônia chegou a ser marcada para quinta-feira (20), mas foi adiada pelo casal no dia anterior. O G1 apurou que Beira-Mar e Jaqueline não queriam que a data do casamento e os detalhes da cerimônia fossem divulgados pela imprensa. Isso teria incomodado os noivos, que decidiram adiar a celebração.

Os nomes das testemunhas não foram divulgados por razões de segurança. Todas as reuniões para acertar os detalhes do casamento foram acompanhadas pela noiva.

Pena

O traficante começou a cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal no dia 23 de março de 2006 e foi o primeiro a ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no dia 19 de julho do mesmo ano.

Em Mato Grosso do Sul existem dois processos contra Beira-Mar. No da Justiça estadual ele aparece como mandante da morte de um outro traficante que atuava na fronteira com o Paraguai. No outro processo, sobre lavagem de dinheiro, da Justiça Federal, o traficante e outras 23 pessoas são acusados de lavar mais de R$ 12 milhões.





Fonte: G1

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