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Internacional
Sábado - 29 de Setembro de 2007 às 05:48

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Seul, 29 set (EFE).- O presidente da Coréia do Sul, Roh Moo-hyun, viajará na terça-feira a Pyongyang para se reunir com o líder norte-coreano, Kim Jong-il, na segunda cúpula intercoreana nos últimos sete anos e a primeira entre os dois dirigentes. A reunião deverá durar três dias. O objetivo dos dois chefes de Estado é discutir uma paz definitiva na península. Os dois países vivem sob armistício desde o fim da Guerra da Coréia (1950-1953). Outro tema na pauta é o reforço da cooperação econômica. Segundo a televisão sul-coreana "YTN", Roh Moo-hyun deve propor a seu colega norte-coreano a declaração das 155 milhas (250 quilômetros) da zona desmilitarizada que separa os dois países como área de paz. Seria um primeiro passo antes da elaboração conjunta de um tratado de paz definitivo.

Além disso, os dois dirigentes desejam avançar na criação de parques industriais nas cidades fronteiriças da Coréia do Norte. O modelo seria o atual complexo de Kaesong, onde empresas sul-coreanas empregam mão-de-obra norte-coreana.

Como sinal da importância dos laços econômicos, o presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, deve visitar Kaesong em sua viagem de volta a Seul, prevista para 4 de outubro.

Outro ponto de grande valor simbólico será a forma como o presidente sul-coreano vai a Pyongyang. Ele decidiu viajar de carro entre as duas capitais, atravessando a zona desmilitarizada, para destacar a progressiva união dos dois países.

O ministro da Unificação sul-coreano, Lee Jae-jong, disse que seu país vai enviar uma delegação de 300 pessoas. Serão 150 integrantes da comitiva presidencial, 50 jornalistas e 98 auxliares, além de Roh e sua mulher.

Ainda não foi decidido como o comboio cruzará a fronteira, dentro da zona desmilitarizada.

Lee afirmou que é preciso enviar uma mensagem de paz dentro e fora do país nesta primeira viagem por terra de um presidente da Coréia do Sul a seu vizinho do norte. Ele não descartou a possibilidade de Roh Moo-hyun atravessar a pé a fronteira.

Em outro símbolo do desejo de paz, os dois líderes poderão plantar juntos uma árvore em Pyongyang, com terra levada da montanha sul-coreana de Hanra e água da montanha norte-coreana de Paekdu, segundo a "YTN".

Além disso, Pyongyang pode sugerir uma redução das armas convencionais. Seul responderia com a proposta de criar um órgão permanente encarregado da questão, de acordo com fontes governamentais sul-coreanas citadas pela agência "Yonhap".

Uma polêmica em torno da cúpula foi criada pelo anúncio de que Roh Moo-hyun e sua delegação assistirão a um festival de ginástica de massas. O evento de propaganda é organizado pelo regime comunista de Pyongyang.

Segundo fontes sul-coreanas, a decisão foi tomada por respeito ao anfitrião, num momento de superar os conflitos do passado. Além disso, a Coréia do Norte parece ter modificado alguns conteúdos do festival para não incomodar a delegação do vizinho.

No entanto, o maior partido da oposição na Coréia do Sul, o conservador Grande Partido Nacional, criticou a decisão da Casa Presidencial de comparecer ao evento.

Segundo a agência sul-coreana "Yonhap", a Coréia do Sul deve realizar na segunda-feira um desfile militar de grande escala para comemorar os 59 anos da fundação das Forças Armadas, um dia antes da reunião.

A primeira cúpula intercoreana aconteceu no ano 2000. Ela serviu para abrir o processo de reconciliação entre os dois países, após meio século de conflito.




Fonte: EFE

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