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Educação/Vestibular
Sexta - 28 de Setembro de 2007 às 18:19
Por: Simone Alves

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Os 150 acadêmicos que fazem parte do Movimento "Jornada de Lutas pela Unemat" desocuparam a sede da Universidade em Cáceres nesta sexta, depois de se depararem, segundo eles, com a falta de prioridade do governo para com o setor. A decisão de deixar o local foi tomada após uma reunião entre estudantes, professores e a administração. Os universitários que vieram de diversos campis (Cáceres, Tangará da Serra, Sinop, Barra do Bugres, Alta Floresta e Colíder) para exigir melhores condições no funcionamento dos cursos superiores, transparência na prestação de contas e política de apoio ao estudante, esperavam uma reunião com o reitor Taiser Karim, mas apenas um representante da administração da Universidade esteve presente.

Segundo Tiago Oliveira, um dos membros do movimento, a presença do representante da Unemat não foi válida, já que ele não pode falar em nome da instituição. Os acadêmicos também exigiam negociar com um representante do governo, principalmente do secretário de Ciências e Tecnologia, Chico Daltro. Também não foram atendidos. Para Tiago, as negociações foram emperradas com o descaso e o que resta a fazer agora é recorrer a Justiça. "Os estudantes não se sentiram contemplados. Estamos vendo o descaso, a falta de apoio e respeito. O Estado está nos dando as costas. Portanto, buscaremos o apoio jurídico do Ministério Público", reclamou o acadêmico do Campi de Sinop.

Embora tenham sidos recebidos pelo reitor na última terça (25), não houve compromisso assumido frente à pauta de reivindicação. O movimento estudantil quer se fortalecer e, se não houver uma solução, ameaça provocar greve por tempo indeterminado com o apoio de uma parcela dos docentes. Segundo a professora Edna Luzia Sampaio, a Unemat atravessa sua pior crise desde que foi criada, em 1993. "A política de expansão de cursos, quase sempre atendendo a interesses políticos e sem contar com lastro orçamentário, resulta numa universidade que cresceu vertiginosamente; conta com quase 15 mil alunos, 11 campi, mais de 80 cursos e um orçamento que, embora tenha mais que triplicado desde 2002, é completamente insuficiente", disse Edna.

Segundo ela, a situação é ainda mais grave. "Em 2007 o corte orçamentário foi significativo (superior a 20%). Faltam laboratórios, acervos bibliográficos, em alguns casos, faltam salas-de-aula e há atrasos no pagamento de professores. Após o concurso de 2006, muitos mestres e doutores aprovados acabaram desistindo da universidade, pediram demissão ou não tomaram posse, em razão das condições de trabalho e dos contratos com baixos salários em regime de 20 horas", explicou.





Fonte: RD News

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