Apenas 9,9% das crianças mais pobres vão à creche, diz IBGE
A Síntese de Indicadores Sociais 2007, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que apenas 9,9% das crianças de famílias mais pobres (rendimento mensal per capita de até meio salário mínimo), na faixa entre 0 e 3 anos, freqüentavam creches em 2006. Nas famílias com renda de mais de 3 salários mínimos, o número sobe para 40,7%.
Embora ainda reduzido, de acordo com o IBGE, o percentual de crianças nas creches dobrou em 10 anos: em 1996 era de 7,4% e, em 2006, passou para 15,5%. No acesso à pré-escola, a participação dos mais pobres também é menor. O acesso das crianças de 4 a 6 anos das famílias mais pobres à pré-escola, era de 68,1%, enquanto nas famílias com mais de 3 salários mínimos mensais per capita, o acesso ficou em torno de 95%, em todas as regiões.
O levantamento mostra que a população mais pobre também é a que menos permanece no ensino médio (na faixa etária entre 15 e 17 anos). Nos 20% da população mais pobre, 72,7% estavam matriculados no ensino médio, enquanto entre os 20% mais ricos, eram 93,6%.
De acordo com o IBGE, grande parte das famílias com crianças e jovens até 14 anos estão entre as mais pobres do País (40,4%). A situação é mais preocupante no Nordeste, onde 63,1% de famílias com crianças até 14 anos de idade estavam na faixa mais baixa de rendimento. Em Alagoas (69,2%), Ceará (67,6%) e Piauí (66%), a maioria das famílias com crianças ou adolescentes pertenciam a menor faixa de rendimento, enquanto em Santa Catarina, apenas 16,6% das famílias estavam nessa situação.
A Síntese dos Indicadores Sociais 2007 - Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira foi baseada nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados pelo próprio instituto no último dia 14 de setembro. O Pnad é realizado anualmente e entrevistou 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios em todo o Brasil, em 2006.
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