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Internacional
Quinta - 27 de Setembro de 2007 às 20:48

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Nações Unidas, 27 set (EFE).- O presidente da Sérvia, Boris Tadic, alertou hoje à comunidade internacional sobre as conseqüências "imprevisíveis" caso a declaração unilateral de independência da província sérvia do Kosovo seja aceita em dezembro deste ano.

Tadic, que hoje discursou no debate público da 62ª Assembléia Geral da ONU, falou sobre um possível contágio a outras regiões do mundo e qualificou esta possibilidade de "política perigosa e sem princípios".

Ao mesmo tempo, ressaltou o compromisso das autoridades de Belgrado em encontrar "uma solução pacífica e pactuada através do diálogo e com pleno respeito à Carta das Nações Unidas".

A advertência de Tadic ocorre no mesmo dia em que se reúnem em Nova York os ministros de Relações Exteriores de Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Rússia, que discutem em reunião fora da Assembléia Geral da ONU o futuro estatuto do Kosovo.

Além disso, amanhã terá lugar a primeira reunião "tête-à-tête" entre sérvios e albaneses sobre o futuro da província sérvia, que ameaçou proclamar sua independência unilateralmente em 11 de dezembro deste ano.

"Caso a independência unilateral do Kosovo seja reconhecida, então a ordem legal internacional nunca mais será a mesma", afirmou o presidente sérvio na tribuna da Assembléia, ressaltando que tal decisão da província abrirá um precedente que servirá de sinal para movimentos separatistas do mundo todo.

Tadic acrescentou que "muitas regiões do mundo ficariam sem estabilidade dessa maneira".

O chefe do Estado sérvio reiterou a defesa da soberania e da integridade territorial de seu país, ao mesmo tempo em que lembrou que um modelo de descentralização baseado nas propostas recebidas da União Européia foi oferecido à província separatista.

Segundo Tadic, esse modelo "protegeria de forma efetiva os interesses dos albano-kosovares, da mesma forma que os da ameaçada comunidade sérvia e de outras comunidades não-albanesas que existem na província", na qual vivem mais de dois milhões de habitantes de origem albanesa.

Alguns países ocidentais, como os EUA, e outros da UE vêem com bons olhos essa possível independência do Kosovo. Entre os europeus, entretanto, ainda não existe uma posição unânime, já que entre os 27 membros da União Européia há países com minorias étnicas.

Belgrado teme que alguns países influentes reconheçam a independência do Kosovo, e reforçou sua retórica contra os EUA por considerar que apóiam diretamente as intenções albano-kosovares, o que prejudicaria as negociações.

A União Européia encarregou o ex-primeiro-ministro da Finlândia Martti Ahtisaari da elaboração de uma minuta sobre um plano de independência, ao qual a Rússia - um dos membros permanentes e com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU - se opõe.

Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores francês, Bernard Kouchner, disse à imprensa que o problema do Kosovo "não é russo nem americano" e que a UE é quem deve tomar as decisões sobre o tema, já que a dificuldade lhe afeta diretamente.

Para a reunião de amanhã em Nova York, Sérvia e Kosovo estarão representadas pelos seus representantes máximos; Belgrado terá Tadic e seu primeiro-ministro, Vojislav Kostunica, enquanto a delegação kosovar comparecerá com seu presidente, Fatmir Sejdiu, e o primeiro-ministro, Agim Çeku.





Fonte: EFE

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